DIFICULDADE DE ACESSO À INFORMAÇÕES DENTRO DE ESPAÇOS PÚBLICOS
Crislane Kelly Dos Santos Pinheiro
O
acesso à informação é um direito fundamental em uma sociedade democrática. Em
um ambiente universitário não poderia ser diferente. Mesmo assim, é possível
ver situações nas quais os alunos universitários, principalmente os
recém-chegados e chamados calouros, ficam a padecer sem conhecimentos
primordiais para este novo ambiente. A ideia do pleno direito à informação é a
de desconstruir a lógica que vigorou por tanto tempo, como durante o regime
militar no Brasil. Ou seja, buscar atuar na ideia de que tudo deve ser público
e publicizado, até que se diga o contrário. Com o intuito de fortalecer essa
ideia, foi criada em 2012 a Lei de Acesso à Informação.
Dentro
das universidades os centros acadêmicos são instrumentos essenciais de
convivência cultural entre os alunos e desempenha papéis importantes para a
vida e formação dos universitários. Dos papéis desempenhados pelos centros
acadêmicos, um deles é oferecer o acesso dos estudantes às informações
relacionadas ao ambiente universitário, não só oferecer sociais e festinhas.
Por
isso, deve ser cobrado de seus centros acadêmicos e das Secretarias de
Administração Acadêmica divulgação sobre o meio acadêmico. Um pequeno exemplo
que posso dar é o meu. Sou estudante do curso de Letras e não sabia que deveria
me encaminhar ao SAA (Secretaria de Administração Acadêmica) para fazer a opção
entre licenciatura ou bacharelado. Por sorte, consegui fazer a escolha a tempo,
soube por um boato aqui e outro ali. Nenhuma informação foi dada a mim. Outro
grande exemplo é a formação da grade de matrícula nas disciplinas no Matrícula
Web, conhecimento pouco divulgado sobre como funciona. É normal sentir-se
perdido no início do curso, mas continuar sentir-se desta maneira passando mais
da metade dele continua sendo normal?
Muito
tem se falado de uma Universidade mais humanizada, mas o que de fato elas fazem
para que esse universo de TCC, artigos e seminários torne um espaço mais humano
e agradável para viver uns quatro anos ou mais? O acesso à informação é ,de
fato, um dos principais antídotos contra a corrupção, e já se mostrou útil. O
direito de acesso provém da ideia básica de que estamos em uma democracia e é
dever do Estado facilitar o acesso à estas informações. É obrigação da
Universidade ser mais humana, ser mais compreensível, ser mais acessível.
Na
própria estrutura administrativa e acadêmica da Universidade de Brasília possui
nos princípios da gestão, inciso X, o seguinte: “compromisso com a
democratização da educação no que concerne à gestão, à igualdade de
oportunidade de acesso, e com a socialização de seus benefícios”. Democratizar
é torná-la acessível e transparente. O acesso à informação gera democracia.
O direito à informação está inscrito no artigo
19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, da Organização das Nações
Unidas (ONU). uma lei de acesso à informação pública tem como consequência
maior efetividade e eficácia das políticas públicas e, consequentemente, da
educação pública. O público não é tão público assim, mas deveria ser. O
transparente continua um pouco opaco. Mas com ações promovidas pelas próprias
Universidades é possível ver a diferença em pouco tempo.
A
Universidade de Brasília tem se aprimorado no site boasvindas.unb.br que,
dentre tantas informações, auxiliam os alunos oferecendo passo a passo o
realizar de atividades como matrícula nas disciplinas, registro acadêmico,
auxilio estudantil e outros. Pouco a pouco a educação se adapta ao mundo de acesso
à informação e assim, teremos mias democracia.
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