EDUCAÇÃO PARA A FORMAÇÃO E O CONHECIMENTO
EM LUGAR DE DESEMPENHOS E RESULTADOS
Ana Carolina Alves
O modelo tradicional de avaliação concentra-se no aspecto
quantitativo, no qual a medição do aprendizado é balizada por mecanismos de
transmissão e memorização das informações transmitidas. O estudante é visto
como um ser passivo e incapaz de produzir conhecimento. Consequentemente, o
professor é colocado como detentor desse conhecimento, o que causa um
distanciamento do aluno e um engessamento
do processo educativo.
O aprendizado por meio de um processo quantitativo, se
converte em memorização que visa alcançar êxito nas provas ou, ao menos, obter
a aprovação. O sistema educacional, assim concebido, se refere ao baseado no esquema fordista, que implementado na linha de
produção de fábricas, também influenciou em outros aspectos da sociedade, como
o educacional.
Dessa maneira, a avaliação do aprendizado foi
automatizada e definida, de maneira rigorosa, em números e conceitos e
esvaziada de seu objetivo, que é produzir mudanças reais e benéficas na vida do
indivíduo. Esse modelo tradicional de avaliação vem sofrendo muitas críticas já
há algum tempo.
Atualmente, se busca compreender o aluno como sujeito
ativo e transformador e, para que isso ocorra, é necessário repensar o modelo
avaliativo, enfatizando aspectos qualitativos para criar uma dinâmica de troca
de experiências e conhecimentos em sala de aula.
Reflita sobre a construção da sociedade
na avaliação dos alunos:
Ao longo dos anos, a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional) avançou e mudou a concepção de avaliação, determinando que a
avaliação qualitativa prevalece sobre os aspectos quantitativos. Além disso,
segundo a Lei, a avaliação do desempenho dos alunos deve ser contínua e
cumulativa — não são só com provas finais que servem como base da avaliação.
É preciso compreender que, muito mais do que reger o dia
a dia da escola, esta concepção, se bem praticada, contribui para a construção
de uma sociedade em que a cooperação impera sobre a competição. O ambiente
escolar deve ser terreno fértil para a formação da autonomia dos alunos.
Se antes o foco estava em ensinar, hoje ela deve estar no
aprender e em como garantir que todos tenham acesso a esse direito básico.
“A avaliação é um momento privilegiado de estudo e não um
acerto de contas”. MORETTO, Pedro.
De acordo com
Terrasêsa (2013)
Muitas vezes, os
bons índices apresentados por meio de provas externas são resultado de um
processo de memorização de conteúdo disciplinar e não exatamente da formação
intelectual do sujeito. “Esse tipo de qualidade [das escolas bem avaliadas]
apenas transforma as pessoas em robôs, que não pensam, apenas memorizam”,
afirma.
Aprendizagem x
Resultado
O aprendizado e a
sua avaliação devem fazer sentido para o estudante e não ser visto como uma
obrigação para se atingir a aprovação final. Com esse modelo de avaliação o
estudante se sente na obrigação de tirar só bons resultados (notas boas),
muitas vezes a aprendizagem fica e segundo lugar, tornando-se um sujeito sem
autonomia e sem senso crítico não só no processo de aprendizagem, mas também
para vida.
O modelo de
avaliação deve fugir de simples provas com notas, como já dito anteriormente.
Inovar na forma de avaliar alunos na sala de aula pode trazer resultados
compensadores não só no desempenho dos estudantes, mas também no que se refere
à escola, que, empenhada em inovar, destaca-se dos demais institutos de ensino
e aprofunda a formação de cada um de seus discentes.
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