Débora
de Souza Alvim
Conhecer a estrutura da
Educação Brasileira foi fundamental para que eu descobrisse que a Educação é um
Direito Constitucional Público Subjetivo, conhecimento adquirido na disciplina
que causou impactos na realidade vivida por crianças e professores.
Na data de 14 de maio de
2018 foram suspensas as aulas na escola "Caic Carlos Castello
Branco", uma das maiores escolas da região administrativa do Gama-DF. Num
primeiro momento, a suspensão foi justificada pela falta de água na escola, que
se pensava ser momentânea, mas logo veremos que a situação não era tão
“simples” assim. Nesse mesmo dia, mais de 80 mil litros d’água desapareceram
dos reservatórios, em decorrência de um vazamento que redirecionava a água para
debaixo da escola, fazendo com que o solo ficasse encharcado, levando ao
surgimento de inúmeras rachaduras no prédio.
Em 16 de maio de 2018 as
aulas ainda continuavam suspensas, o que deu origem a um alarde entre as
famílias dos alunos e dos servidores que tinham aquela escola como sua segunda
casa. Foi então que, na reunião dos servidores vieram à tona vários documentos
oficiais, dentre eles uma sugestão de demolição expedida pela
Secretaria de Educação em 2014.
A sugestão foi
desconsiderada pelos órgãos públicos responsáveis, fazendo com que a situação
se estendesse até 2016, quando a justiça determinou a reconstrução da escola em
até dois anos — o que implicaria a demolição da mesma — determinação esta que
também não foi levada adiante pelos órgãos responsáveis.
Na reunião dos
servidores estava presente minha mãe, professora do CAIC. Triste e
indignada com a situação, até então sem previsão de ser resolvida, compartilhou
comigo as informações da reunião e o desespero das diretoras para encontrar um
local seguro para retomar as aulas.
Sem demora fiz um post
em uma das minhas redes sociais, onde expus toda a situação da escola e exigi
providências do governo[1], não
só em resolver a situação, mas também em informar a população sobre os
problemas estruturais que condenavam a escola desde 2014. Afinal,
tratava-se de risco de desabamento que poderia ter graves consequências a
todos.
A publicação foi
compartilhada várias vezes, o que tornou pública a delicada situação em que
a escola se encontrava, não só para a comunidade, mas também para as grandes
mídias. A partir daí, rapidamente, várias reportagens foram feitas na
escola e os órgãos públicos começaram a se movimentar para realocar alunos e
servidores em um lugar seguro, onde pudessem seguir com o ano
letivo. Alguns chamamentos públicos também foram convocados para pedir o apoio
popular, foi então que a comunidade se uniu ao corpo docente da escola para
reivindicar o direito a uma educação de qualidade, permitindo, felizmente,
que o período letivo continuasse em um local seguro, embora, ainda não
exista previsão de início das obras.
Dessa experiência retiro
a lição de que é preciso continuar lutando pelo direito a uma escola de
qualidade e com uma boa infraestrutura. Além disso, é preciso conscientizar as
pessoas de que a educação é um direito, para que elas
continuem pressionando legitimamente os órgãos responsáveis.
Bibliografia
Alunos de escola no Gama estão há 4 dias sem aula por causa
de vazamento – 2018 – https://globoplay.globo.com/v/6743801/ – Acesso em: 5 de julho.
[1] O art. 205 da CF diz: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade ...”.
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