domingo, 8 de julho de 2018

A LUTA PELO DIREITO À EDUCAÇÃO É DE TODOS NÓS



Débora de Souza Alvim
Conhecer a estrutura da Educação Brasileira foi fundamental para que eu descobrisse que a Educação é um Direito Constitucional Público Subjetivo, conhecimento adquirido na disciplina que causou impactos na realidade vivida por crianças e professores.
Na data de 14 de maio de 2018 foram suspensas as aulas na escola "Caic Carlos Castello Branco", uma das maiores escolas da região administrativa do Gama-DF. Num primeiro momento, a suspensão foi justificada pela falta de água na escola, que se pensava ser momentânea, mas logo veremos que a situação não era tão “simples” assim. Nesse mesmo dia, mais de 80 mil litros d’água desapareceram dos reservatórios, em decorrência de um vazamento que redirecionava a água para debaixo da escola, fazendo com que o solo ficasse encharcado, levando ao surgimento de inúmeras rachaduras no prédio. 
Em 16 de maio de 2018 as aulas ainda continuavam suspensas, o que deu origem a um alarde entre as famílias dos alunos e dos servidores que tinham aquela escola como sua segunda casa. Foi então que, na reunião dos servidores vieram à tona vários documentos oficiais, dentre eles uma sugestão de demolição expedida pela Secretaria de Educação em 2014. 
A sugestão foi desconsiderada pelos órgãos públicos responsáveis, fazendo com que a situação se estendesse até 2016, quando a justiça determinou a reconstrução da escola em até dois anos — o que implicaria a demolição da mesma — determinação esta que também não foi levada adiante pelos órgãos responsáveis.
Na reunião dos servidores estava presente minha mãe, professora do CAIC. Triste e indignada com a situação, até então sem previsão de ser resolvida, compartilhou comigo as informações da reunião e o desespero das diretoras para encontrar um local seguro para retomar as aulas. 
Sem demora fiz um post em uma das minhas redes sociais, onde expus toda a situação da escola e exigi providências do governo[1], não só em resolver a situação, mas também em informar a população sobre os problemas estruturais que condenavam a escola desde 2014. Afinal, tratava-se de risco de desabamento que poderia ter graves consequências a todos.
publicação foi compartilhada várias vezes, o que tornou pública a delicada situação em que a escola se encontrava, não só para a comunidade, mas também para as grandes mídias. A partir daí, rapidamente, várias reportagens foram feitas na escola e os órgãos públicos começaram a se movimentar para realocar alunos e servidores em um lugar seguro, onde pudessem seguir com o ano letivo. Alguns chamamentos públicos também foram convocados para pedir o apoio popular, foi então que a comunidade se uniu ao corpo docente da escola para reivindicar o direito a uma educação de qualidade, permitindo, felizmente, que o período letivo continuasse em um local seguro, embora, ainda não exista previsão de início das obras.
Dessa experiência retiro a lição de que é preciso continuar lutando pelo direito a uma escola de qualidade e com uma boa infraestrutura. Além disso, é preciso conscientizar as pessoas de que a educação é um direito, para que elas continuem pressionando legitimamente os órgãos responsáveis.

Bibliografia

Alunos de escola no Gama estão há 4 dias sem aula por causa de vazamento – 2018 – https://globoplay.globo.com/v/6743801/ – Acesso em: 5 de julho.




[1] O art. 205 da CF diz: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade ...”.

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