terça-feira, 10 de julho de 2018

DA UTOPIA À REALIDADE


     
Diego Santos de Sousa

              O presente ensaio, baseado nos textos vinculados à temática de “Discriminação e Preconceito”, tem como objetivo abordar a questão LGBT dentro das unidades escolares, possibilitando iniciar discussão acerca dos desafios enfrentados por esse grupo social e evidenciar as condições que muitas  vezes, impossibilitam a permanência do aluno dentro das instituições de ensino. 
        Dentro dessa perspectiva, será possível evidenciar os aspectos que estão relacionados à educação, no que diz respeito ao ambiente escolar encontrado por estudantes LGBT e os principais desafios para se obter uma equidade no ambiente educacional. Do mesmo modo, será possível iniciar discussão acerca da necessidade de realização de ações afirmativas para combater a discriminação e promover a igualdade de gênero dentro do ambiente escolar.
        Quando abordamos a questão do respaldo legal no que diz respeito ao direito à educação, é possível encontrar uma vasta legislação que assegura tal direito, contudo, ainda há ineficiência em relação à aplicabilidade das respectivas normas jurídicas que impossibilita a sua usufruição plena. Se fizermos uma análise do cenário educacional brasileiro, muito provavelmente será possível evidenciar que há um conjunto de normas respaldando o acesso dos estudantes ao ambiente escolar, entretanto, há uma insuficiência de mecanismos para possibilitar a permanência e para promover o respeito as particularidades do alunado.
        Estudo realizado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso-Brasil), Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação a Ciência e a Cultura (OEI), e do Ministério da Educação do Brasil, constatou que “um em cada cinco estudantes do ensino público brasileiro declara abertamente não querer ter um colega homossexual em sua classe”.
             Além disso, o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) obteve em 2011, o índice de que apenas 44% das escolas de Ensino Médio possuíam projetos com temática sobre homofobia ou machismo, com isso, podemos evidenciar que há a necessidade de construir um ambiente escolar que contemple políticas afirmativas e que possibilite o debate e a conscientização dos entes envolvidos, colaborando para a diminuição das discriminações no ambiente escolar e para a consolidação de uma estrutura que defenda a construção de um currículo pautado pelo respeito aos direitos humanos e que tenha como ponto central o respeito à diversidade.

            Os desafios para alcançar a consolidação de um espaço escolar onde se respeite o pluralismo social e possibilite ao estudante condições dignas de estudo, com certeza, precisam ser enfrentados e não somente colocados em pauta nas discussões nos planejamentos governamentais, mas também precisam ser requeridos em todos os âmbitos possíveis. As dificuldades em romper com padrões tradicionais, principalmente aos relacionados à identidade de gênero e questões envolvendo sexualidade, ainda é uma constante dentro das escolas e no que diz respeito a políticas afirmativas e na elaboração de ações para combater a homofobia.

            No mesmo sentido, é imprescindível que tenhamos um governo que se comprometa com a elaboração de políticas públicas e ações afirmativas para combater as discriminações dentro do ambiente escolar e que de fato, se preocupe com a implementação e a manutenção de tais medidas, em prol da construção de uma sociedade mais justa e igualitária, onde as identidades sejam respeitadas e que o cotidiano escolar possa ser mais diverso e saudável para todos os agentes envolvidos.  A participação das entidades e movimentos sociais na elaboração e no acompanhamento da implementação institucional de medidas para combater a homofobia, a segregação educacional, e a formulação de estratégias para combater as desigualdades históricas é de grande importância para a mudança do sistema educacional e para a construção de um ambiente escolar onde se respeite a pluralidade e as particularidades do indivíduo.

Referências bibliográficas
VIANNA, Cláudia P. O movimento LGBT e as políticas de educação de gênero e diversidade sexual: perdas, ganhos e desafios, SCIELO.
INSTITUTO UNIBANCO, Silêncio da escola em relação à diversidade sexual prejudica a todos, aprendizagem em foco, Nº 11. Mai. 2016.
RANIERI, Nina. B.S. – ALVES, Angela. L.A. Direito à educação e direitos na educação. 2018.
MEC. Juventudes na Escola, Sentidos e Buscas: Escola, por que enfrentam? 2015.
PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. 2014.





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