A EDUCAÇÃO NÃO PODE SER MAIS UM NEGÓCIO
Maycon Patrick de Souza Santos
A educação a cada ano que passa se torna algo cada vez mais
lucrativo, pesquisas recentes mostram que ensino particular presencial e a
distancia vem se tornando algo cada vez mais valioso para quem investe.
Programas de financiamento vão se tornando cada vez mais aparentes, mais
explícito, o que por um lado é muito bom, mas por outro não tão bom. O que
estamos tentando ver é que, com o passar dos tempos, a educação vem se tornando
um negócio com visão única no lucro financeiro, ou seja, tornando a educação algo
totalmente fora do foco, que deveria ser o beneficiamento do estudante acima de
tudo, o estudante deveria ser é mais beneficiado quando o assunto tratado é
educação. Houve uma reportagem em que foi constatado que alunos que usavam o
FIES em muitas vezes estavam pagando o dobro da mensalidade, por exemplo: Um
aluno que não usa crédito estudantil pagava 2000 reais de mensalidade, enquanto
um aluno que utilizava crédito estudantil pagava 4000 reais de mensalidade. A
instituição de ensino estava cobrando até 100% a mais dos estudantes que mais
necessitavam,ou seja, um absurdo. Esse fato, sobre o financiamento estudantil,
é a prova de que a educação está se tornando um puro negócio, onde o dinheiro
tem que ser a primeira coisa a ser pensada pelos empresários.
Um programa muito interessante é o ProUNI, ótimo para quem
utiliza dele, que o foco é para os cidadãos de baixa renda, porém, ao perceber
de onde ele originou, gera uma certa indignação, o texto 5 da Unidade 1 diz o seguinte:
Como exemplo mais recente, podemos citar a Lei no 12.688 de
2012 que, entre outros objetos, em seu art. 3o, institui o Programa de Estímulo
à Reestruturação e ao Fortalecimento das Instituições de Ensino Superior
(Proies), que tinha o objetivo de assegurar condições para a continuidade das
atividades de entidades mantenedoras de instituições integrantes. A medida
provisória que originou a lei ocasionou perdão de pelo menos 15 bilhões de
reais em dívidas tributárias acumuladas pelas faculdades e centros
universitários particulares e comunitários, que foram abatidos em 90% em troca
de bolsas do Programa Universidade para todos (ProUni) – vale lembrar que as instituições federais de ensino
superior estavam em greve na época em que a medida provisória que antecedeu a
lei foi votada.(MELO, 2016, P. 153)
Portanto, em um país livre de tanta corrupção, desvio de
dinheiro e problemas afins, esses 15 bilhões poderiam ter sido convertidos em
faculdades públicas, em melhorias para as universidades existentes, em auxilio
permanência a estudantes de baixa renda que estão em uma instituição pública de
ensino, ou seja, esse dinheiro poderia ter sido investido de uma forma em que
teria mais retornos educacionais.
Por fim, condeno cruelmente a forma como os grandes
empresários estão tratando a educação hoje em dia, escapando um pouco do tema,
da forma como os empresários estão tratando tudo, saúde hoje é meramente
economia, o dinheiro está sempre falando mais alto, não se constrói hospitais
focando no bem estar do paciente, se constrói hospitais focando no quão
lucrativo ele irá ser, e assim está sendo com a educação, infelizmente.
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