sexta-feira, 31 de maio de 2019

DE UMA EDUCAÇÃO COMPETITIVA A UMA EDUCAÇÃO COLABORATIVA

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                                                                Caetano Bartholo de Oliveira Gomes 

A instabilidade e os questionamentos surgidos nas últimas décadas em torno de diversos setores da sociedade moderna - político, econômico e social - perpassa por um contingente macro estrutural que nos coloca, como cidadãos ativos, numa posição de defronte com a própria cadeia capitalista de produção e massificação da educação. Seria fácil abordar essa questão colocando a problemática em torno das dificuldades econômicas e de planos governamentais, já que a causa da crise de identidade que aflinge não só o Brasil mas o restante do mundo se dá não apenas pela gestão educacional mas na dificuldade de estabelecer-se um sistema de ensino igualitário que alcance o universo individual de cada ser-humano.
Vivemos num período de transição social e velhas estruturas que já vêm sendo questionadas durante muitos anos demandam por reinvenções e novas propostas de abordagem. A sociedade global, a cada descoberta a nível científico e tecnológico, apressa-se em adequar velhos paradigmas que se tornam dia à dia obsoletos e insuficientes à realidade contemporânea. As novas gerações têm uma visão clara disso, o sistema de poder e controle já não é visto como uma entidade a ser obedecida sem ser questionada mas, de uma forma vaga nos vemos em uma posição de xeque, com muitos problemas e pouquíssimas ideias para dissolvê-los. E dessa forma, vagamos sem saber muito bem para onde.
A educação, inquestionavelmente tida como o bem libertador e emancipador do ser-humano, está como sempre subjugada aos malabarismos econômicos, dependendo tristemente de uma série de fatores administrativos e burocráticos para que seja efetivada em termos práticos. E dentro desse contexto, entram os interesses do setor da sociedade que sempre estiveram presentes dentro do controle político, as oligarquias. No caso brasileiro é claro que é um processo que se mantém ativo por séculos e à cada gestão administrativa vê-se que as práticas não são colocadas realmente à serviço da evolução da educação. É tida como barganha e prática política apenas, pois seus frutos só surgem à longo prazo. Esse fator, como mencionado acima, é apenas o começo de um grave problema social, pois a própria escola, como instituição, vem sendo defrontada e questionada por diversos educadores, já que mostra os sinais de uma defasagem estrutural. Que o tipo ideal de educação? Quais são os novos desafios e as novas abordagens a serem tratadas pelos educadores de uma sociedade almejada?
No contexto neoliberal que vive o mundo, percebemos o avanço de doenças psicossomáticas destro da pequena parcela "letrada" da população. O indivíduo contemporâneo tende a se enxergar distante de suas essências e vocações, sempre anulado pelas responsabilidades à ele impostas. Não almeja mais o destaque, não quer ser o melhor em suas área, o 'champ' (como a lógica estadunidense de competição vendeu por décadas), mas apenas enquadrar-se ao mercado e ser aceito como um ser social. E o desafio da nova educação entra justamente nesse ponto, dentro da auto anulação do homem contemporâneo e constituição de valores individuais que prezem por uma nova forma de se enxergar e se perceber.

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