VISIBILIDADE DAS ESTUDANTES MÃES
Fabíola Campos de Andrade Santos
Ser Mãe te
emancipa?
Na obra Pedagogia do Oprimido (2002)
FREIRE indica e defende uma pedagogia emancipatória, visando a libertação em
vários aspectos, cidadania e intelectuais. “ Só faz sentido se os oprimidos
buscarem a reconstrução de sua humanidade e realizarem a grande tarefa
humanista e histórica dos oprimidos- libertar a si e aos opressores.”(FREIRE,
2002, P.30).
E como almejar uma educação autônoma,
enquanto ainda negligenciamos nossas crianças no ambiente acadêmico, sim,
crianças não estudam em faculdades, porém devemos nos atentar que elas nos
permeiam e acabam nos tornando comum apaga-las em nosso cotidiano nesse
ambiente.
Apesar de em nossa
constituição assumirmos as crianças como prioridade:
Art.227. É dever da família, da sociedade, do Estado
assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à
vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à
cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade
e a convivência familiar e comunitária, além de
colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão. (...). (CF 1988)
Minha denúncia evidencia a displicência da
universidade e enquanto estudante mãe abordo os obstáculos impostos à nossa
permanência.
As estudantes que não se sentem confortáveis em trancar o
semestre durante a gravidez ou o primeiro
período do bebê, ou fazer atividades à distância, não tem assegurado seu
direito à permanência, uma vez que a recusa de alunos, professores e as vezes
do próprio departamento, esse de forma mais gentil e bem argumentada, nos
incentiva a interrupção ou até
desistência do curso.
Professores, ponte da educação, devem compreender que
compartilhar uma educação emancipatória compete também em dar suporte às
adversidades dos discentes e viabilizar a permanência dessa a academia.
‘’Se os homens são produtores desta realidade e se esta, na
inversão de práxis, se volta sobre eles os condiciona, transformar a
realidade opressora, é tarefa histórica, é tarefa dos homens.’’( FREIRE, 2005,
P.16)
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