SAÚDE MENTAL NA UNIVERSIDADE: POSSÍVEIS SOLUÇÕES PARA UM PROBLEMA INVISIBILIZADO
Thaynara Cristina Pinheiro
Dentre muitos tópicos problemáticos que afligem a
realidade universitária Brasileira, é possível perceber que a Saúde mental dos
alunos, que em grande parte tem se deteriorando no percurso acadêmico, é
tratada com pouca relevância.
Muitas
vezes o contexto da universidade é de um ambiente excludente, meritocrático,
competitivo, sem a presença da solidariedade e de grupos de apoio. Esse
ambiente contribui para um afastamento social do aluno, gerando uma solidão que
não deve ser vista como escolha pessoal e sim como uma consequência da vivencia
na universidade. É importante ressaltar que a solidão que os estudantes
enfrentam na universidade é um grande fator de risco para a saúde mental.
Não
são todos os alunos que conseguem obter sucesso em todos os conteúdos
trabalhados, logo, o fracasso acadêmico e as frustações são acontecimentos que
podem ter uma repercussão muito negativa na autoestima dos estudantes. Esses
são outros motivos que deixam claro a necessidade de um acompanhamento
psicológico dos alunos dentro da Universidade.
Tendo
em vista a preocupação com o bem-estar dos alunos é necessário que ocorra uma
discussão acerca do sofrimento mental e da exclusão na vida universitária, que
levaria ao agravamento de tal sofrimento. Essa discussão direcionará a
instituição para estratégias que ajudem a formular um projeto de saúde mental
que inclua e acolha os alunos, considerando que um dos principais agravantes
dos problemas de saúde mental é a solidão que os jovens enfrentam diariamente
nos Campus.
O
debate sobre saúde mental deve se aprofundar teoricamente e levar a
intervenções praticas, tendo atenção especial aos alunos calouros que estão
iniciando essa nova etapa da vida e precisam ser acolhidos de forma responsável
pela instituição, respeitando todas as características sociais e culturais
desses alunos.
Uma
proposta de Universidade acolhedora e inclusiva levaria em conta a adoção de
uma série de atitudes como: o estimulo ao fortalecimento da comunidade
universitária; opções de lazer (culturais e sociais); uma maior compreensão das
situações de distúrbios psicológicos e propostas de ações que estimulem o bem-estar
psicológico. Além disso, é necessário que a universidade esteja aberta para a
sociedade, reconhecendo os problemas que afligem o indivíduo e tentando buscar
orientações inovadoras para trabalhar melhor todos os tipos de conflitos. A
ocorrência de sofrimento mental está intimamente relacionada com as questões de
exclusão social e desvantagens socioeconômica, logo a Universidade inclusiva
precisa ter sensibilidade para problemas sociais e culturais.
A universidade,
como espaço público, possui uma grande responsabilidade social. Ela precisa ter
voz ativa, além de contribuir com o desenvolvimento social, cultural e psicológico
dos alunos, incentivando a ética, a solidariedade e a resolução de problemas
através da educação universitária, ajudando os alunos a procurarem o bem da
comunidade e participarem de experiências coletivas, para aumentar a
consciência da interdependência social.
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