sexta-feira, 31 de maio de 2019

SAÚDE MENTAL NA UNIVERSIDADE: POSSÍVEIS SOLUÇÕES PARA UM PROBLEMA INVISIBILIZADO 

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Thaynara Cristina Pinheiro 

Dentre muitos tópicos problemáticos que afligem a realidade universitária Brasileira, é possível perceber que a Saúde mental dos alunos, que em grande parte tem se deteriorando no percurso acadêmico, é tratada com pouca relevância.

          Muitas vezes o contexto da universidade é de um ambiente excludente, meritocrático, competitivo, sem a presença da solidariedade e de grupos de apoio. Esse ambiente contribui para um afastamento social do aluno, gerando uma solidão que não deve ser vista como escolha pessoal e sim como uma consequência da vivencia na universidade. É importante ressaltar que a solidão que os estudantes enfrentam na universidade é um grande fator de risco para a saúde mental.
          Não são todos os alunos que conseguem obter sucesso em todos os conteúdos trabalhados, logo, o fracasso acadêmico e as frustações são acontecimentos que podem ter uma repercussão muito negativa na autoestima dos estudantes. Esses são outros motivos que deixam claro a necessidade de um acompanhamento psicológico dos alunos dentro da Universidade.
          Tendo em vista a preocupação com o bem-estar dos alunos é necessário que ocorra uma discussão acerca do sofrimento mental e da exclusão na vida universitária, que levaria ao agravamento de tal sofrimento. Essa discussão direcionará a instituição para estratégias que ajudem a formular um projeto de saúde mental que inclua e acolha os alunos, considerando que um dos principais agravantes dos problemas de saúde mental é a solidão que os jovens enfrentam diariamente nos Campus.
          O debate sobre saúde mental deve se aprofundar teoricamente e levar a intervenções praticas, tendo atenção especial aos alunos calouros que estão iniciando essa nova etapa da vida e precisam ser acolhidos de forma responsável pela instituição, respeitando todas as características sociais e culturais desses alunos.
          Uma proposta de Universidade acolhedora e inclusiva levaria em conta a adoção de uma série de atitudes como: o estimulo ao fortalecimento da comunidade universitária; opções de lazer (culturais e sociais); uma maior compreensão das situações de distúrbios psicológicos e propostas de ações que estimulem o bem-estar psicológico. Além disso, é necessário que a universidade esteja aberta para a sociedade, reconhecendo os problemas que afligem o indivíduo e tentando buscar orientações inovadoras para trabalhar melhor todos os tipos de conflitos. A ocorrência de sofrimento mental está intimamente relacionada com as questões de exclusão social e desvantagens socioeconômica, logo a Universidade inclusiva precisa ter sensibilidade para problemas sociais e culturais.
          A universidade, como espaço público, possui uma grande responsabilidade social. Ela precisa ter voz ativa, além de contribuir com o desenvolvimento social, cultural e psicológico dos alunos, incentivando a ética, a solidariedade e a resolução de problemas através da educação universitária, ajudando os alunos a procurarem o bem da comunidade e participarem de experiências coletivas, para aumentar a consciência da interdependência social.


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