ENSINO RELIGIOSO NAS ESCOLAS PÚBLICAS
Mony Rayssa
No dia 27/09/2017, por 6
votos a 5, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o ensino religioso
poderia ter natureza confessional, ou seja, as aulas irão começar a ensinar
apenas uma religião, onde cabe aos Sistemas de Ensino escolher qual irá
abordar. A partir dessa nova proposta, a laicidade do Estado seria ferida,
porém alegam que a matéria não será obrigatória, assim o aluno e os seus
responsáveis terão direito de escolha.
A partir desta informação,
dou início a discussão que se faz necessária, como que o Ensino Religioso será
neutro tendo em vista que alguns de seus estudantes não concordam com aquilo
que lhes é ensinado? Com isso a proposta que este ensino tinha no início, de
apresentar as variadas religiões e ensinar a respeitá-las, não é tão efetuada. Quantas
escolas terão material suficiente para aprofundar sobre certas religiões que
são minorias no nosso país? Poucas, e é nesse momento que o aluno perde um
maior conhecimento sobre elas.
Dificilmente o professor que
for ensinar seus estudantes não irá tentar “catequizá-los”, ou agradará a
todos. Ele deve apenas abordar o assunto de forma impessoal, fazendo com que o
aluno tenha conhecimento necessário sobre a religião exposta. Os Sistemas de
Ensino decidirão se é necessário que seus professores precisarão de um formação
religiosa ou técnica.
Sabendo que o ensino
religioso não é obrigatório, o que acontece com aqueles que não optarem por ter
esta disciplina? Bom, a Escola organizará o que fará por tais alunos nesses
horários vagos, pode até ser que mudem suas grades horárias. Porém, sabemos que
muitas escolas não dão a devida importância aos seus estudantes, e estes
poderão fazer o que quiserem durante este momento, e isso resultará em um
grande descaso ou alunos obrigados (de forma indireta) a participarem da aula.
No site “Jota.info” o autor
nos informa que há duas justificativas para entendermos sobre a oferta da
disciplina de ensino religioso nas escolas públicas: primeiro, o ensino público
objetiva a formar cidadãos autônomos, capazes de tomar decisões próprias a
respeito de todas as dimensões que afetarão sua vida. Daí se segue que o ensino
deve apresentar os fundamentos básicos de todas as ciências, para que o estudante
se torne capaz de identificar seus melhores talentos e possa decidir suas
carreiras profissionais. Mas o ensino público também deve formar cidadãos
capazes de decidir a respeito de questões públicas, tornando-se aptos a votar e
serem eleitos, discutir matérias de interesse coletivo e respeitar os direitos dos
demais.
Diante disto, vemos que o
ensino religioso vem a fazer com que o aluno pratique sua autonomia, aprendendo
sobre as religiões e conseguinte saber sua postura sobre as religiões e/ou, se
sentir à vontade, seguindo aquela que se identificar. Ou podem aprender a
respeitá-las, dando espaço ás várias culturas que temos em nosso país.
Vê-se que com a nova lei,
fica mais complicado fazer com que o que foi citado a cima se concretize. O
aluno irá aprender sobre uma religião, o que faz com que seu conhecimento seja
menor; os responsáveis que não concordarem com a religião ensinada não deixarão
que o estudante a tenha, o que faz com que ele perca ensinamentos; as minorias
que fazem parte de religiões menos reconhecidas irão se prejudicar bastante ao
ver que as escolas não ás apresentam, a intolerância continuará no mesmo nível
e por fim, ninguém sai ganhando com isso, a não ser aqueles que estão no poder
e votaram para que isso fosse possível.
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