A EDUCAÇÃO PÚBLICA PARA AS ELITES
Juliana Duarte
A universidade pública no Brasil se
torna um espaço extremamente elitizado pelo limitado acesso das classes menos
favorecidas a uma educação básica de
qualidade - sucateamento da educação básica
pública – associado ao seletivo e difícil processo de entrada na universidade
pública; pelas dificuldades encontradas dentro da universidade, tais como
deslocamento, menor tempo para dedicação aos estudos, dificuldade no
acompanhamento de alguns conteúdos, limitações materiais em decorrência da
falta de poder aquisitivo, que são
aspectos desafiadores para manutenção do aluno ate a conclusão do curso.
O acesso à universidade se torna muito
difícil para as classes menos favorecidas pois as provas aplicadas no processo
seletivo de entrada a universidade requerem um conhecimento que muitas vezes não
foi visto no ensino público por vários motivos como: falta de profissionais,
greves, falta de estrutura e materiais didáticos nas escolas. O aluno que
depende do ensino de base público tem de se esforçar mais para passar no
vestibular do que um aluno que cursam escola particular. Consequentemente,
alunos provenientes de uma educação mais elitizada entram com mais facilidade
na universidade pública, se capacitando ainda mais com o curso superior,
criando um enorme “gap” profissional e usufruindo mais oportunidades na vida
profissional. que os alunos de escola pública. A criação de políticas públicas
de cotas para alunos de escola pública, do fies, do Prouni são uma tentativa
que reduzir esse “gap” e oferecer mais oportunidades para esses alunos
carentes.
Ao ser inserido no curso superior na
universidade pública o aluno menos favorecido economicamente enfrenta ainda
diversos obstáculos como a falta de poder aquisitivo para materiais didáticos,
alimentação, deslocamento para a universidade, entre outros. Dependendo do
curso, há uma grande demanda de materiais didáticos caros cujo poder aquisitivo
do estudante não é suficiente, o que já deixa o aluno prejudicado em relação
aos colegas de curso. Temos um exemplo atualmente, na Universidade de Brasília,
um aumento no preço das refeições do restaurante universitário, o que pode vir
a prejudicar alunos que não podem pagar esse aumento.
Outro obstáculo recorrente entre alunos menos
favorecidos financeiramente é a necessidade de trabalhar e a falta de bolsas
oferecidas pela universidade. Esse último obstáculo é um dos mais desafiadores
para a conclusão do curso ou mesmo para a inserção do aluno no curso superior.
Apesar de já termos avançado bastante em
alguns desses obstáculos, ainda precisamos refletir e buscar soluções para esse
problema através de politicas publicas de integração, financiamentos voltados
para a educação de base fundamental, financiamentos e bolsas de estudo pra
alunos de menor poder aquisitivo, de forma que possamos ter uma inserção social
eficaz e oferecer as mesmas oportunidades para todos.
Referências Bibliográficas
SILVA, Franklin Leopoldo e. Reflexões sobre o conceito e a função da universidade pública. Estud. av., São Paulo , v. 15, n. 42, p. 295-304, Aug. 2001 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142001000200015&lng=en&nrm=iso>. access on 05 July 2018. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-40142001000200015.
AZEVEDO, Sérgio
de. A universidade brasileira em questão. Rev. bras. Ci. Soc., São
Paulo , v. 15, n. 44, p. 171-177, Oct. 2000. Available
from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-69092000000300010&lng=en&nrm=iso>.
access on 05 July 2018. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-69092000000300010.
Nenhum comentário:
Postar um comentário