quinta-feira, 30 de maio de 2019

A EDUCAÇÃO PÚBLICA PARA AS ELITES 

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                                                                                          Juliana Duarte 


A universidade pública no Brasil se torna um espaço extremamente elitizado pelo limitado acesso das classes menos favorecidas a uma educação  básica de qualidade  - sucateamento da educação básica pública – associado ao seletivo e difícil processo de entrada na universidade pública; pelas dificuldades encontradas dentro da universidade, tais como deslocamento, menor tempo para dedicação aos estudos, dificuldade no acompanhamento de alguns conteúdos, limitações materiais em decorrência da falta de poder aquisitivo, que são  aspectos desafiadores para manutenção do aluno ate a conclusão do curso.
O acesso à universidade se torna muito difícil para as classes menos favorecidas pois as provas aplicadas no processo seletivo de entrada a universidade requerem um conhecimento que muitas vezes não foi visto no ensino público por vários motivos como: falta de profissionais, greves, falta de estrutura e materiais didáticos nas escolas. O aluno que depende do ensino de base público tem de se esforçar mais para passar no vestibular do que um aluno que cursam escola particular. Consequentemente, alunos provenientes de uma educação mais elitizada entram com mais facilidade na universidade pública, se capacitando ainda mais com o curso superior, criando um enorme “gap” profissional e usufruindo mais oportunidades na vida profissional. que os alunos de escola pública. A criação de políticas públicas de cotas para alunos de escola pública, do fies, do Prouni são uma tentativa que reduzir esse “gap” e oferecer mais oportunidades para esses alunos carentes.
Ao ser inserido no curso superior na universidade pública o aluno menos favorecido economicamente enfrenta ainda diversos obstáculos como a falta de poder aquisitivo para materiais didáticos, alimentação, deslocamento para a universidade, entre outros. Dependendo do curso, há uma grande demanda de materiais didáticos caros cujo poder aquisitivo do estudante não é suficiente, o que já deixa o aluno prejudicado em relação aos colegas de curso. Temos um exemplo atualmente, na Universidade de Brasília, um aumento no preço das refeições do restaurante universitário, o que pode vir a prejudicar alunos que não podem pagar esse aumento.
 Outro obstáculo recorrente entre alunos menos favorecidos financeiramente é a necessidade de trabalhar e a falta de bolsas oferecidas pela universidade. Esse último obstáculo é um dos mais desafiadores para a conclusão do curso ou mesmo para a inserção do aluno no curso superior.
Apesar de já termos avançado bastante em alguns desses obstáculos, ainda precisamos refletir e buscar soluções para esse problema através de politicas publicas de integração, financiamentos voltados para a educação de base fundamental, financiamentos e bolsas de estudo pra alunos de menor poder aquisitivo, de forma que possamos ter uma inserção social eficaz e oferecer as mesmas oportunidades para todos.

Referências Bibliográficas

SILVA, Franklin Leopoldo e. Reflexões sobre o conceito e a função da universidade pública. Estud. av., São Paulo ,  v. 15, n. 42, p. 295-304,  Aug.  2001 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142001000200015&lng=en&nrm=iso>. access on  05  July  2018.  http://dx.doi.org/10.1590/S0103-40142001000200015.
AZEVEDO, Sérgio de. A universidade brasileira em questão. Rev. bras. Ci. Soc., São Paulo ,  v. 15, n. 44, p. 171-177,  Oct.  2000. Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-69092000000300010&lng=en&nrm=iso>. access on  05  July  2018.  http://dx.doi.org/10.1590/S0102-69092000000300010.


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