MERITOCRACIA DENTRO DA EDUCAÇÃO: JUSTA OU INJUSTA?
Stela de Sousa Ramos
A educação é um direito de todos e para
todos, mas no decorrer do tempo e da
história do Brasil, percebe-se que sempre houve “certos interesses” do sistema
vigente, desde a chegada dos Portugueses na “Terra
Prometida”. Os povos que aqui habitavam, foram de fato catequizados e
escravizados, submetidos a esquecerem de
suas culturas e viveram por séculos de maneira violenta. Nos dias atuais,
nota-se que nada mudou.
O nosso sistema educacional carrega um
comportamento que evidência estudantes, professores e outros profissionais que
estão inseridos dentro desse âmbito, sendo “condicionados pela realidade”, ou seja, não têm a oportunidade de
expressarem seus pensamentos, transformando assim a educação em Autoritária. Paulo Freire em sua obra Pedagogia da Autonomia propõe
de maneira simples e sólida um ser que não precisa necessariamente de
adaptar-se a essas “autoridades”, sendo
curioso e buscando por ela. Levando-o para ser o protagonista de sua própria
história, pois todos aqueles abaixo da riqueza,
ficam a mercê deles e para eles.
De acordo com
Freire (1996,p.31)
“O fato de me perceber
no mundo, com o mundo e com os outros me põe numa posição em face do
mundo que não é de quem nada tem a ver
com ele. Afinal, minha
presença no mundo não é a de quem a ele se
adapta mas a de quem nele se insere. É
a posição de quem luta para não ser
apenas objeto, mas sujeito também há história.
Gosto de ser gente porque, mesmo sabendo que
as condições materiais, econômicas, sociais e políticas, culturais
e ideológicas em que nos achamos geram quase sempre barreias de difícil superação para o
cumprimento de nossa tarefa histórica de mudar o mundo, sei também que os obstáculos não se eternizam.”
O povo, mais uma vez se cala diante uma
classe que domina, no caso os ricos, a classe minoritária economicamente se
quer tem a chance de tornar-se “sujeito”. A meritocracia fica clara, a quem ela
beneficia? A classe rica ou a classe pobre? Questionamentos surgem a todo o
tempo, procuramos uma resposta
significativa,
para aqueles que querem que a democracia, a igualdade e o respeito sejam de
fato cumpridos, mas a preferência ainda não é nossa.
Destaca-se ainda que, a educação pública
necessita de materiais pedagógicos, financeiros, estrutura física e entre
outros recursos para uma boa infraestrutura, para que assim os (as)
estudantes possam ter a “igualdade de oportunidades”. No entanto, sabemos que essas chamadas “oportunidades iguais” na
verdade não existe e está longe de
ser algo verídico, pois as condições
financeiras que a camada populacional pobre está
inserida e submetida é bem diferente da população burguesa da sociedade.
Por exemplo, uma criança que mora no Sol nascente em Ceilândia- DF, com uma mãe usuária de
drogas e o pai se encontra preso por homicídio, muitas vezes essa mesma criança
não consegue ir á escola por motivos de transporte
ou até mesmo por não ter pais
presentes dentro de casa, a criança está sendo submetida a um ambiente que ela/ele não pediu para nascer e que por essas e outras
condições que estão sendo expostas á ele/ela, provavelmente, no futuro,
essa criança não terá a chance de um
estudo bom e de qualidade, tendo assim, um fim trágico. Já uma criança que mora no Lago Sul- DF, com
mãe advogada e o pai médico, essa criança estuda em uma das melhores escolas do Distrito Federal,
pois seus pais e sua família querem que no futuro ele/ela entre em uma Universidade Pública no “melhor curso”, essa criança terá
acesso a cursinhos preparatórios, aulas de piano (para se distrair), essa criança não será submetida a limpar, passar e
nem cozinhar, pois a família tem empregados dentro de casa, tento assim, um fim de riqueza e
alegria. Nos dois exemplos, nota-se que mesmo o fim da criança pobre não sendo
trágico, ele não terá as mesmas
oportunidades que a criança rica,
justamente por processos históricos e culturais, que se chama Meritocracia.
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