SAÚDE MENTAL DOS ESTUDANTES
Diana
Nos
dias atuais, há poucos estudos nacionais abrangentes sobre a saúde mental dos
estudantes universitários brasileiros. O Brasil é um dos campeões mundiais em
estresse e ansiedade, ha uma grande importância da discussão do tema para a
prevenção e remediação dos fatores causadores de sofrimento entre os alunos
universitários.
Um estudo mundial
do Programa de Avaliação Internacional de Estudantes da Organização para
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revela que 56% dos alunos
brasileiros entrevistados estão entre os que
ficam mais estressados durante os estudos. Quando o quesito é a ansiedade
na hora da prova, os alunos
brasileiros ocupam o segundo lugar no ranking de 180 países.
O ingresso
na Universidade é caracterizado por mudanças significativas e complexas na forma
como o estudante pensa em diferentes áreas de sua vida, podendo se
desenvolver intelectualmente e pessoalmente (PAPALIA & FELDMAN, 2006).
Trata-se de um marco na vida desse
indivíduo, que acessa um universo acadêmico repleto de normas, metodologias,
grupos e pessoas desconhecidas. Essa nova realidade educacional cria a
necessidade do estudante de desenvolver um perfil universitário. Contudo, esse
processo pode ser repleto de idealizações, ansiedade, conflitos e angústias
(MARTINCOWSKI, 2013). Esse novo panorama coloca o estudante universitário em um
estado de vulnerabilidade, aumentando as chances de quadros psicopatológicos e
consequentes dificuldades no desenvolvimento pessoal e profissional dos mesmos (ALMEIDA
& SOARES, 2003).
De acordo com o
relatório FONAPRACE (2014), numa amostra de 939.604 estudantes de IFES
(Instituições Federais de Ensino Superior), 79,8% (794.804) relataram passar
por dificuldades emocionais nos últimos doze meses. A ansiedade foi a
dificuldade emocional mais assinalada pelos estudantes (58,36%). O
desânimo/falta de vontade de fazer as coisas apresentou a segunda maior
frequência na amostra (44,72%). Do total dos estudantes pesquisados, 30,45% (286.151)
já procuraram atendimento psicológico.
O
ano acadêmico tem se apresentado como importante variável a ser ponderada na
análise da saúde mental dos estudantes universitários. Nessa linha de análise,
os primeiros anos da graduação têm sido
reportados como detentores das maiores taxas de prevalência de sintomas depressivos e/ou ansiosos.
É notório
que os estudantes universitários são vulneráveis ao sofrimento psíquico
e desenvolvimento de doenças
mentais devido à inúmeros fatores,
um exemplo é a pressão
que os professores fazem com
os alunos com as provas semestrais.
As
universidades precisam aumentar os investimentos
em serviços e programas relacionados à orientação, acompanhamento, aconselhamento e encaminhamento de estudantes, identificando quais as necessidades dentro de suas políticas atuais relacionadas.
Portanto, toda a diversidade de fatores que favorecem
o sofrimento psíquico
e ferem o bem-estar dos estudantes devem ser objeto de
reflexão e estudo aprofundado das universidades, as quais devem coordenar suas
atividades para difundir e aprimorar suas políticas e serviços de apoio
psicológico e psicopedagógico aos universitários.
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