SOCIALIZAÇÃO
Letícia Monteiro Farias
A educação é um processo
de socialização e aprendizagem dos indivíduos, cujos hábitos, costumes e
valores de uma comunidade são transferidos de uma geração para a outra
(PALHARES, 2008). Dessa forma, a educação está intimamente associada à aprendizagem,
cujo processo está interligado ao desenvolvimento da pessoa. Desenvolvimento
este, em que o processo de evolução é dinâmico e sofre constantes
transformações quantitativas e qualitativas.
Diante disso, a escola,
como discutido durante as aulas, é uma das principais instituições responsável
por promover esse desenvolvimento humano, uma vez que trabalha para a formação
psíquica e social de seu público. Dessa maneira é importante pensarmos sobre o
conceito atual de educação e suas metodologias, além do tipo de formação que
está sendo proporcionada aos educandos e educadores nessas instituições, para
que possamos pensar a educação que queremos ter.
Exposto isso, conforme
FREIRE (2001), a educação brasileira atual está direcionada ao treinamento dos
educandos e não à sua formação, o que eu considero como verdade. Uma vez que a
educação brasileira se tornou mecanicista em sua maior parte, cuja finalidade é
a aquisição de um diploma de nível superior, preferencialmente em uma
universidade pública. Não vejo problema de o educando almejar ou de a
instituição incentivar a obtenção de tal titularidade, a minha crítica é em
relação ao planejamento educacional está direcionado para esse único fim. Visto
que a faixa etária da maior parte desses estudantes, que atendem a esse
planejamento educacional, está entre os 12 e 18 anos de idade, período em que a
identidade está em formação e que a meu ver deveriam ser focados questões
relacionadas ao desenvolvimento social e humano desses jovens, como a socialização,
sexualidade, habilidades sociais, sentido de vida, resolução de conflitos e
outros.
A escola, tal como
existe, “conteudista”, termina por não propiciar atitudes de reflexão, de
problematização e de participação dos estudantes sobre os conteúdos a serem
estudados, inviabilizando espaços de debate, de discussão e, consequentemente,
de “conscientização”. Pois, existe uma
sobrevalorização da aprendizagem “mecanicista”, na qual a memorização e a
repetição dos conteúdos são consideradas socialmente primordiais para
contemplar o aprendizado escolar. Dessa maneira, para a existência de uma
educação transformadora, eu acredito que é necessário repensar a educação
“conteudista” e “bancária”, como defendido por Feire (1986), de maneira a não
excluí-la, mas pensá-la de uma maneira menos compulsória e mais participativa.
A qual viabilize maior interação e autonomia dos educandos e educadores sobre o
planejamento pedagógico.
Diante
disso,
acredito que o planejamento educacional deva ser estruturado em conjunto com o
educando e o educador de maneira a desenvolver um ambiente mais propício para
aprendizagem e desenvolvimento do grupo. As metodologias utilizadas também
devem estar sempre de acordo com a necessidade de cada classe e, se possível,
de cada aluno, de modo a promover um ensino mais dinâmico, interessante e único
a todos, respeitando o grupo e suas individualidades.
Por essa e outras
questões, acredito que devemos estar sempre atentos a nossa educação,
observando o que estamos ensinando de modo a estarmos repensando e reinventando
a educação sempre.
Referência
Bibliográfica:
PALHARES,
J. A. Os sítios de educação e socialização juvenis: experiências e
representações num contexto não-escolar. Educação,
sociedade & cultura, n.27,
p.109-130, 2008.
FREIRE.
P. Pedagogia dos sonhos: educando o
educador. São Paulo: Unesp, 2001.
FREIRE.
P. Educação “bancária” e educação
libertadora. In M. H. S. Patto (Ed.), Introdução à Psicologia Escolar. São
Paulo: T. A. Queiroz, 1986.
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