quinta-feira, 30 de maio de 2019


SITUAÇÃO SOCIOECONÔMICA DA UNB 


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                                                                                       Lilian Barros Gomes

       Como bem se sabe, quando se diz respeito às cotas, a Universidade de Brasília é referência por ter sido a primeira a implantar cotas em seus processos seletivos de ingresso. Sendo que em 2018 completam-se 15 anos da aprovação das cotas raciais. O que indica que, do contrário que ocorria em meados da década de 90 em que somente 1,8% dos negros frequentavam esse espaço universitário, atualmente temos uma realidade bem diferente. Hoje, a UnB é visivelmente uma universidade mais diversa. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de estudantes pertencentes a graduação que se declaram pretos ou pardos chegou a 50,6% dos alunos que se matricularam no 2º semestre de 2017. Embora seja necessário considerar que esses dados não refletem totalmente o que de fato acontece, já que há muitos casos de fraudes nessas formas de ingresso. Sendo, entretanto, inegável a notável mudança que se deu ao longo desses 15 anos no corpo discente da Universidade de Brasília.
       Porém, o ingresso não se constitui como uma garantia de permanência tanto para alunos negros e pardos quanto para aqueles que não se encaixam nessas categorias, mas que são oriundos da escola pública e, muitas vezes, residem nas cidades satélites estando também em uma situação de vulnerabilidade. Em razão desses fatores, a universidade oferece programas de auxílio para estudantes de baixa renda. A Diretoria de Desenvolvimento Social do Decanato de Assuntos Comunitários (DAC) é a encarregada de coordenar os programas de assistência estudantil na UnB. Todo semestre ela publica um edital de avaliação socioeconômica para que esses estudantes que se encontram em situação de vulnerabilidade tenham acesso e, de acordo com o resultado da avaliação, sejam inseridos nesses programas.
       Para que esse processo ocorra, inicialmente, os inscritos são dispostos em duas categorias: Participante de Programa de Assistência Estudantil (PPAES), quando atende os requisitos do programa, e Não Participante do Programa de Assistência Estudantil (NPPAES), quando por alguma razão não responde aos requisitos do programa. Feito isso, os classificados, PPAES, estão habilitados a receberem os auxílios que a assistência oferece. Desde que, agora, sejam aprovados nos editais específicos para cada um deles.
       Os benefícios que a Universidade de Brasília oferece a alunos reconhecidos como PPAES são respectivamente: alimentação gratuita no Restaurante Universitário (RU), Programa Moradia Estudantil da Graduação (PME-G), que se desmembra em três modalidades: vaga em apartamento na Casa do Estudante Universitário (CEU/UnB), auxílio moradia e o auxílio moradia transporte. Por último, a possibilidade de estudar uma língua estrangeira e o vale livro. Desde 2017, o estudo socioeconômico tem validade de 10 semestres existindo também a possibilidade de renovação dos auxílios que o aluno esteja inserido, caso ele ainda permaneça cursando a graduação. Além de que, para o estudante que tem a renda correspondente ou menor a um 1,5 salário mínimo, há a possibilidade de receber auxílio emergencial ao longo de 3 meses até que saiam os resultados dos estudos se estiver em uma situação de vulnerabilidade que oferece risco.
       Em vista de tudo que foi explanado, ainda é necessário considerar que mesmo com a existência de todos esses programas de auxílio, ainda assim, eles não são suficientes e nem funcionam de forma efetiva de modo que possam de fato abranger grande parte dos graduandos de baixa renda que precisam se manter no espaço universitário. Um dos fatores que são decisivos é o fato de o número de bolsas para programas específicos, como o auxílio socioeconômico e moradia estudantil, terem um número limitado semestralmente. O que resulta na exclusão de, pelo menos, metade dos alunos cotistas que precisam desses auxílios, tendo então que procurar outras alternativas de permanência, tais como um estágio ou emprego efetivo.
       Mesmo diante das incongruências, é evidente que esses auxílios são um avanço quando aliados a conquistas como a implementação das cotas na Universidade de Brasília.
Todavia, é indispensável que os progressos e ajustes prossigam para que, dessa forma, possam alcançar todos os estudantes que necessitam deles ao mesmo tempo que se tenha uma vigilância para evitar que ocorram fraudes. Assim como ocorre na questão das cotas, elas são muito recorrentes também nos processos seletivos do auxílio socioeconômico.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
Eu estudante. UnB oferece programas de auxílio para estudantes de baixa renda. Disponível em: <https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/euestudante/ensino_ensinosuperior/018/03/05/ensino_ensinosuperior_interna,663950/conheca-os-programas-de-assistenciaestudantil-na-unb.shtml>.Acesso em: 05 jun. 2018.
G1. Universidade de Brasília tem mais estudantes negros que brancos. Disponível em: <https://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/universidade-de-brasilia-tem-mais-estudantes-negros-que-brancos.ghtml> Acesso em: 05 jun. 2018.
UnB NOTÍCIAS. Aprovação das cotas raciais na UnB completa 15 anos. Disponível em: <https://noticias.unb.br/publicacoes/76-institucional/2319-aprovacao-das-cotas-raciais-na-unb-completa-15-anos> Acesso em: 04 jun. 2018.



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