A RACIONALIDADE NEOLIBERAL MOLDANDO A EDUCAÇÃO E O TRABALHO
Lucas Garcia Dantas
A
Racionalidade Neoliberal está tomando um papel importante na Educação como um
todo, desde a Educação Básica até a Educação Superior. Desde crianças de 5 anos
que estão sendo submetidas ao 'coaching' infantil para desde pequenos já
aprenderem a ser competitivos e se preparar melhor para o mercado de trabalho.
Isso passa por toda extensão dos Ensinos Fundamental e Médio ao passar pela
competição das provas que avaliam o 'conhecimento' como é o vestibular e o ENEM
para o ingresso no Ensino Superior.
Já após a conclusão do Ensino Superior também há
uma grande dificuldade em arrumar emprego, pois vivemos nessa racionalidade
neoliberal, que leva os indivíduos à uma competição desenfreada, isso gera que
os chefes façam as pessoas ficarem mais tempo no trabalho, e para estar sempre
atualizando seus conhecimentos, se não, você pode ser facilmente substituído
por outro, e isso também tem uma forte influência na Educação, como por
exemplo, os professores passam mais e mais tarefas para adquirir cada vez mais
conhecimento mas 'esquecem' que há outras disciplinas, há trabalho, cuidar dos
filhos e outras coisas a se fazer, e não apenas estudar, e como é difícil
conciliar todas essas coisas, há também os casos das alunas que são mães, e têm
que lidar com uma tripla jornada de trabalho, nestes casos é ainda mais difícil
(pra não dizer impossível) conseguir conciliar tudo.
Essa
racionalidade neoliberal acaba gerando grandes problemas para a Educação de um
modo geral como já dito criando uma competição entre os indivíduos, gerando uma
individualidade e fazendo com que eles tenham que adquirir cada vez mais
conhecimento. Há casos de escolas de Ensino Fundamental e Médio que utilizam
CNPJs diferentes, sendo um deles apenas para os alunos considerados 'bons' do
ponto de vista acadêmico, somente para que essa escola apareça em uma posição
melhor no Ranking de Desempenho por Escolas, gerando uma exclusão entre os
próprios alunos, contrariando a função social da escola que deveria ser um lugar
de inclusão. Com esse constante processo de obtenção de sabedoria, seja no
trabalho ou no estudo isso gera um cansaço físico e psicológico nos indivíduos,
gerando stress e até mesmo estafa. Os estudantes sofrem uma pressão psicológica
para obter sucesso escolar, e principalmente no Japão, aqueles que não
conseguem estes méritos são tratados com desdém por toda a sociedade e até por
sua própria família e por si mesmo, tamanha é a pressão existente sobre esses
indivíduos, muitos entram em depressão e acabam sofrendo diversos problemas
psíquicos, pelo fato de não se adaptarem à esse sistema competitivo
Essa
racionalidade neoliberal exige que estudantes estudem em tempo integral, como é
o caso dos alunos da UnB, e isso faz com que acabam se privando da
possibilidade de trabalhar ou de fazer estágios por exemplo, ou se não privam,
acabam tendo que modificar o horário ou até abdicar de algumas disciplinas para
conseguir trabalhar, pois muitos também têm que trabalhar para conseguir pagar
o Ensino Superior, que não é barato, e se acaba sendo demitido não consegue dar
continuidade ao curso. Lembrando ainda que muitos alunos não têm dinheiro para
custear as refeições, que já são caras, e no caso da UnB, ainda mais com o
aumento do RU e também das passagens do transporte público (mesmo que com o
Passe Livre Estudantil, que por muitas vezes é falho, e falha ao fornecer a
expansão de passagens necessárias, exigindo que o aluno pague do próprio bolso).
Com essa racionalidade moldando todo o mundo, isso rege aquele preceito de
'Tempo é Dinheiro' e o tempo perdido com a locomoção, por exemplo, onde os
alunos demoram 2 horas ou mais para chegar na faculdade e mais 2 horas para
voltar, inviabilizando ainda mais que esses alunos consigam trabalhar. Ainda há
o fator de que o aluno que não trabalha é visto por maus olhos perante a
sociedade pelo simples fato de não trabalhar.
Como
já evidenciado ao longo do texto, a razão neoliberal promove a individualidade
e é baseada em um sistema de meritocracia e isso é prejudicial para a Educação
como um todo, pois exclui uma possibilidade de uma real análise da situação
social individual e dos grupos estudantis e suas condições financeiras. Então
pra evitar uma competitividade desnecessária entre os alunos e o julgamento a
partir de um critério, como um vestibular que abrange todas as disciplinas, que
não analisa o todo, excluindo a parte social, é necessário que essas avaliações
de ingresso no Ensino Superior sejam feitas de forma diferente como por
entrevistas com os candidatos ou até mesmo por meio de uma prova específica.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
NETO, Filinto Jorge Eisenbach; CAMPOS, Gabriela
Ribeiro De. O impacto do Neoliberalismo
na Educação Brasileira., Curitiba, ago. 2017. Disponível em:
<http://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2017/24420_12521.pdf>. Acesso em:
03 jul. 2018.
ANDRADE, Daniel Pereira; OTA, Nilton Ken. Uma alternativa ao neoliberalismo:
Entrevista com Pierre Dardot e Christian Laval. Tempo soc., São Paulo, v. 27,
n. 1, p. 275-316, jan./jun. 2015. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext>. Acesso em: 03 jul.
2018.
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