sexta-feira, 31 de maio de 2019


A RACIONALIDADE NEOLIBERAL MOLDANDO A EDUCAÇÃO E O TRABALHO 

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Lucas Garcia Dantas

A Racionalidade Neoliberal está tomando um papel importante na Educação como um todo, desde a Educação Básica até a Educação Superior. Desde crianças de 5 anos que estão sendo submetidas ao 'coaching' infantil para desde pequenos já aprenderem a ser competitivos e se preparar melhor para o mercado de trabalho. Isso passa por toda extensão dos Ensinos Fundamental e Médio ao passar pela competição das provas que avaliam o 'conhecimento' como é o vestibular e o ENEM para o ingresso no Ensino Superior.
 Já após a conclusão do Ensino Superior também há uma grande dificuldade em arrumar emprego, pois vivemos nessa racionalidade neoliberal, que leva os indivíduos à uma competição desenfreada, isso gera que os chefes façam as pessoas ficarem mais tempo no trabalho, e para estar sempre atualizando seus conhecimentos, se não, você pode ser facilmente substituído por outro, e isso também tem uma forte influência na Educação, como por exemplo, os professores passam mais e mais tarefas para adquirir cada vez mais conhecimento mas 'esquecem' que há outras disciplinas, há trabalho, cuidar dos filhos e outras coisas a se fazer, e não apenas estudar, e como é difícil conciliar todas essas coisas, há também os casos das alunas que são mães, e têm que lidar com uma tripla jornada de trabalho, nestes casos é ainda mais difícil (pra não dizer impossível) conseguir conciliar tudo.
Essa racionalidade neoliberal acaba gerando grandes problemas para a Educação de um modo geral como já dito criando uma competição entre os indivíduos, gerando uma individualidade e fazendo com que eles tenham que adquirir cada vez mais conhecimento. Há casos de escolas de Ensino Fundamental e Médio que utilizam CNPJs diferentes, sendo um deles apenas para os alunos considerados 'bons' do ponto de vista acadêmico, somente para que essa escola apareça em uma posição melhor no Ranking de Desempenho por Escolas, gerando uma exclusão entre os próprios alunos, contrariando a função social da escola que deveria ser um lugar de inclusão. Com esse constante processo de obtenção de sabedoria, seja no trabalho ou no estudo isso gera um cansaço físico e psicológico nos indivíduos, gerando stress e até mesmo estafa. Os estudantes sofrem uma pressão psicológica para obter sucesso escolar, e principalmente no Japão, aqueles que não conseguem estes méritos são tratados com desdém por toda a sociedade e até por sua própria família e por si mesmo, tamanha é a pressão existente sobre esses indivíduos, muitos entram em depressão e acabam sofrendo diversos problemas psíquicos, pelo fato de não se adaptarem à esse sistema competitivo
Essa racionalidade neoliberal exige que estudantes estudem em tempo integral, como é o caso dos alunos da UnB, e isso faz com que acabam se privando da possibilidade de trabalhar ou de fazer estágios por exemplo, ou se não privam, acabam tendo que modificar o horário ou até abdicar de algumas disciplinas para conseguir trabalhar, pois muitos também têm que trabalhar para conseguir pagar o Ensino Superior, que não é barato, e se acaba sendo demitido não consegue dar continuidade ao curso. Lembrando ainda que muitos alunos não têm dinheiro para custear as refeições, que já são caras, e no caso da UnB, ainda mais com o aumento do RU e também das passagens do transporte público (mesmo que com o Passe Livre Estudantil, que por muitas vezes é falho, e falha ao fornecer a expansão de passagens necessárias, exigindo que o aluno pague do próprio bolso). Com essa racionalidade moldando todo o mundo, isso rege aquele preceito de 'Tempo é Dinheiro' e o tempo perdido com a locomoção, por exemplo, onde os alunos demoram 2 horas ou mais para chegar na faculdade e mais 2 horas para voltar, inviabilizando ainda mais que esses alunos consigam trabalhar. Ainda há o fator de que o aluno que não trabalha é visto por maus olhos perante a sociedade pelo simples fato de não trabalhar.
Como já evidenciado ao longo do texto, a razão neoliberal promove a individualidade e é baseada em um sistema de meritocracia e isso é prejudicial para a Educação como um todo, pois exclui uma possibilidade de uma real análise da situação social individual e dos grupos estudantis e suas condições financeiras. Então pra evitar uma competitividade desnecessária entre os alunos e o julgamento a partir de um critério, como um vestibular que abrange todas as disciplinas, que não analisa o todo, excluindo a parte social, é necessário que essas avaliações de ingresso no Ensino Superior sejam feitas de forma diferente como por entrevistas com os candidatos ou até mesmo por meio de uma prova específica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
NETO, Filinto Jorge Eisenbach; CAMPOS, Gabriela Ribeiro De. O impacto do Neoliberalismo na Educação Brasileira., Curitiba, ago. 2017. Disponível em: <http://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2017/24420_12521.pdf>. Acesso em: 03 jul. 2018.
ANDRADE, Daniel Pereira; OTA, Nilton Ken. Uma alternativa ao neoliberalismo: Entrevista com Pierre Dardot e Christian LavalTempo soc., São Paulo, v. 27, n. 1, p. 275-316, jan./jun. 2015. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext>. Acesso em: 03 jul. 2018.

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