BREVE PANORAMA DA SITUAÇÃO DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA: SUCATEAMENTO E A NECESSIDADE DE UMA SOCIEDADE EMPÁTICA
Maria
Carolina Naves Rios
Na atual conjuntura brasileira,
tanto política, social, histórica e econômica, identifica-se uma forte
segregação da população. Na política, a sociedade foi bruscamente dividida
entre direita e esquerda, sem meio termos. Acontecimentos históricos, como o
impeachment da ex-presidenta da república Dilma Rousseff em 2016, o crescimento
e fortalecimento de bancadas religiosas na política, manifestações de partes da
população para uma intervenção militar e o crescimento rápido de escolas
públicas militarizadas, por exemplo, no estado de goiás, torna clara a grande
onda conservadora, de proporção mundial, que se fortaleceu com a globalização
na era tecnológica em que vivemos.
Todos esses aspectos influenciam
direta e indiretamente nas reformas educacionais, principalmente desde a
reforma Neoliberal, construída, no Brasil, a partir de 1990. O capital se
fortaleceu tanto que é quase uma “entidade”, tudo gira em torno do “bem estar”
desse capital, e da economia, e as pessoas vão perdendo a empatia uma com as
outras, relações sociais vão se desumanizando, o bem estar social é negligenciado
de uma forma assustadora.
Uma das consequências desse
negligenciamento é o sucateamento de instituições Federais, que, na grande
maioria das vezes, é proposital, para que, assim, sejam privatizadas, com a
justificativa de que os serviços particulares são melhores, seguindo a lógica
Neoliberal. A barbaridade está aí, escondida: o interesse não é melhorar os
serviços para a população que precisa de uma educação básica de qualidade (que,
aliás, é um direito público subjetivo, conforme o artigo 208 da Constituição
Federal de 1988) , mas sim que empresas tenham mais e mais lucro.
No contexto da Universidade de
Brasília, se tornou muito explícito esse sucateamento proposital,
principalmente pelas consequências da emenda constitucional 95, sancionada pelo
presidente da república Michel Temer, que limita os gastos públicos, tanto em
educação, quanto em saúde e segurança. Com isso, a Universidade de Brasília
entrou em uma crise financeira que afetou toda a comunidade acadêmica,
principalmente no aspecto psicológico. Muitos servidores terceirizados foram
mandados embora, além de atrasos, falta de pagamentos e cortes de novas vagas
para estagiários. Com toda essa situação, grande parcela da academia, que luta
pela continuidade de uma universidade gratuita de qualidade, saiu às ruas, se
manifestou, se juntou na própria universidade, com aulas públicas etc. Essa grande parcela da academia sofreu e
sofre uma grande violência simbólica e física, nas repreensões policiais e nos
discursos rasos de que “estudantes da UnB são vagabundos”, “a crise financeira
da UnB é inventada pela atual reitora” etc, por pessoas que estão fora do
ambiente acadêmico.
Em defesa pela educação e pela
Universidade, muitos alunos e professores se uniram, usando a melhor arma que
temos: o conhecimento. O empenho de professores para disseminar conhecimentos
sobre a atual conjuntura brasileira, numa tentativa de unir essa comunidade,
foi de extrema importância e relevância, até como um ato de humanização da
educação, formação de sujeitos éticos, que têm empatia um pelo outro, para
ajudar o próximo e as futuras gerações, para que tenham uma educação pública de
qualidade.
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