quinta-feira, 30 de maio de 2019


BREVE PANORAMA DA SITUAÇÃO DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA: SUCATEAMENTO E A NECESSIDADE DE UMA SOCIEDADE EMPÁTICA

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                                                                             Maria Carolina Naves Rios

Na atual conjuntura brasileira, tanto política, social, histórica e econômica, identifica-se uma forte segregação da população. Na política, a sociedade foi bruscamente dividida entre direita e esquerda, sem meio termos. Acontecimentos históricos, como o impeachment da ex-presidenta da república Dilma Rousseff em 2016, o crescimento e fortalecimento de bancadas religiosas na política, manifestações de partes da população para uma intervenção militar e o crescimento rápido de escolas públicas militarizadas, por exemplo, no estado de goiás, torna clara a grande onda conservadora, de proporção mundial, que se fortaleceu com a globalização na era tecnológica em que vivemos.
Todos esses aspectos influenciam direta e indiretamente nas reformas educacionais, principalmente desde a reforma Neoliberal, construída, no Brasil, a partir de 1990. O capital se fortaleceu tanto que é quase uma “entidade”, tudo gira em torno do “bem estar” desse capital, e da economia, e as pessoas vão perdendo a empatia uma com as outras, relações sociais vão se desumanizando, o bem estar social é negligenciado de uma forma assustadora.
Uma das consequências desse negligenciamento é o sucateamento de instituições Federais, que, na grande maioria das vezes, é proposital, para que, assim, sejam privatizadas, com a justificativa de que os serviços particulares são melhores, seguindo a lógica Neoliberal. A barbaridade está aí, escondida: o interesse não é melhorar os serviços para a população que precisa de uma educação básica de qualidade (que, aliás, é um direito público subjetivo, conforme o artigo 208 da Constituição Federal de 1988) , mas sim que empresas tenham mais e mais lucro.
No contexto da Universidade de Brasília, se tornou muito explícito esse sucateamento proposital, principalmente pelas consequências da emenda constitucional 95, sancionada pelo presidente da república Michel Temer, que limita os gastos públicos, tanto em educação, quanto em saúde e segurança. Com isso, a Universidade de Brasília entrou em uma crise financeira que afetou toda a comunidade acadêmica, principalmente no aspecto psicológico. Muitos servidores terceirizados foram mandados embora, além de atrasos, falta de pagamentos e cortes de novas vagas para estagiários. Com toda essa situação, grande parcela da academia, que luta pela continuidade de uma universidade gratuita de qualidade, saiu às ruas, se manifestou, se juntou na própria universidade, com aulas públicas etc.  Essa grande parcela da academia sofreu e sofre uma grande violência simbólica e física, nas repreensões policiais e nos discursos rasos de que “estudantes da UnB são vagabundos”, “a crise financeira da UnB é inventada pela atual reitora” etc, por pessoas que estão fora do ambiente acadêmico.
Em defesa pela educação e pela Universidade, muitos alunos e professores se uniram, usando a melhor arma que temos: o conhecimento. O empenho de professores para disseminar conhecimentos sobre a atual conjuntura brasileira, numa tentativa de unir essa comunidade, foi de extrema importância e relevância, até como um ato de humanização da educação, formação de sujeitos éticos, que têm empatia um pelo outro, para ajudar o próximo e as futuras gerações, para que tenham uma educação pública de qualidade.


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