domingo, 2 de junho de 2019


PRECARIEDADE DO SISTEMA 
EDUCACIONAL PÚBLICO E 
PERSPECTIVA PARA O 
MELHORAMENTO DO ENSINO 

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                                                                                 Daniele do Nascimento da Silva 
Ao decorrer das aulas da disciplina Organização da Educação Brasileira, ofertada pela Faculdade de Educação da Universidade de Brasília, coordenada pela professora Andrea Vieira Mara tivemos um constante acesso a materiais e conteúdos que ampliaram nossa visão crítica em relação a educação brasileira. Além disso, compreendemos melhor as dificuldade que um dia vivenciamos ao longo da nossa escolarização e a origem dessas. As falhas iniciam desde as políticas educacionais que agregam em sua constituição leis e normas excludentes, limitadas e que não atendem as condições mínimas para uma educação de qualidade e para as diferentes realidades sociais.
Segundo Torres (2001, p.29) houve uma atenuação nas propostas das políticas educacionais estabelecidas pela Declaração Mundial sobre Educação para Todos.

  Desta forma, a educação para todos tornou-se uma educação para os mais pobres e marginalizados; e uma educação totalmente desqualificada. As necessidades básicas passaram a ser necessidades mínimas supridas para a permanência dos estudantes; a atenção e cautela à aprendizagem, para o melhoramento da imagem das instituições educacionais em relação as avaliações dos resultados do rendimento escolar, independente de como encaminhar a vida escolar do aluno, seu desempenho, formação de senso crítico e absorção de conhecimento . Por fim, do aprimoramento das condições de aprendizagem, para a melhoria das condições internas da instituição escolar. (apud LIBÂNEO, 2012)

  De acordo com Charlot (2005, apud Libâneo, 2012) “à escola pública é atribuída a função de incluir populações excluídas ou marginalizadas pela lógica neoliberal, sem que os governos lhe disponibilizem investimentos suficientes, bons professores e inovações pedagógicas”. Como resultado, dispomos de entidades educacionais públicas sem recursos para atender a grande demanda, superlotação nas salas de aula, conteúdos curriculares que não se adaptam a realidade educacional, causando uma defasagem no ensino transmitido aos estudantes, comunidade escolar desmotivada diante das condições de trabalho que lhes é impostas, transmissão do mínimo de conhecimento para os alunos. Falta de direcionamento para estudantes formarem senso crítico e serem autônomos. São criadas máquinas que só absorvem informações e não sabem sua aplicabilidade, por consequência, não mudam realidade no qual estão inseridos. Na realização de uma entrevista para a realização de um  dos trabalhos da disciplina Organização da Educação Brasileira como tema Direito à Educação e subtema “Educação especial/inclusiva”, foi relatado por uma estudante com necessidades especiais e que teve uma trajetória escolar em entidade pública que a maior dificuldade ao ingressar no ensino superior foi o fato de que os “conteúdos programados para serem vistos no ensino médio, sobretudo, na escola pública, os alunos não contemplam. Então, no acesso à Universidade, acabam tendo um choque de realidade. ” (COSTA, 2018).  O “O dualismo perverso da escola pública brasileira: escola do conhecimento para os ricos, escola do acolhimento social para os pobres” descrito por Libâneo (2012) no seu artigo é nítido quando vivenciamos tal realidade, as instituições públicas agregam um conjunto de saberes culturais, vivenciais e de acolhida aos pobres, mas falham na transmissão de conhecimentos científicos, de inovações educativas, da formação de seres com opiniões críticas, autônomos e capazes de debater e argumentar. “Não aprendemos a questionar. Na universidade é necessário ser um sujeito questionador, pronto para fazer perguntas, porque de fato o que vai construir seu conhecimento sólido é isso”. (COSTA, 2018)
Diante do exposto, é perceptível o longo caminho que falta para uma educação de qualidade para todos no Brasil, pois a realidade exposta nos mostra um quadro atordoante diante dos mais marginalizados, no qual sempre são os prejudicados . Vale ressaltar que o grande progresso se inicia quando a educação for colocada como prioridade pelas políticas públicas e pelos governantes. Assim como, a valorização dos profissionais da educação e o aperfeiçoamento desses desde a graduação e após a mesma. Além de investimentos e recursos não somente para suprir o mínimo, mas o merecido e por direito para uma boa qualidade de ensino dos estudantes. É necessário também, parâmetros curriculares nacionais que se adequem as diferentes realidades existentes em nosso meio, desde comunidades e locais mais populosos e visíveis, como os mais remotos e exilados. Visto que, vivemos num país com dimensões continentais e a educação com qualidade tem que perpassar todas as zonas e comunidades.

Referências:

Libâneo, José (2012). O dualismo perverso da escola pública brasileira: escola do conhecimento para os ricos, escola do acolhimento social para os pobres. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 38, n. 1, p. 13-2.
DIREITO à Educação: Educação Especial/Inclusiva. Edição:Daniele Silva. Captação de imagens: João Pedro Oliveira. Entrevistadores: João Penna e Izabela Xavier. Entrevistadas:.
Caixa de Texto: Thaís Imperatoni e Andreza Rodrigues Costa. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=L_0H88IhyEQ>. Acesso em: 30 novembro 2018.

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