terça-feira, 11 de junho de 2019



A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO DAS LEIS DA EDUCAÇÃO PARA A SOCIEDADE 

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                                                                                 Ana Sabrina de Abreu 

1. OS ALUNOS E O CONHECIMENTO DAS LEIS EDUCACIONAIS

O papel do aluno é fundamental no aspecto de conhecer os direitos da educação, sobretudo porque essas leis são direcionadas para ele. Sempre que falamos sobre os indivíduos que estão associados ao conhecimento das leis de educação a escola estará envolvida, pois é ela é a precursora tanto do conhecimento geral, quanto de fomentar os alunos e todos aqueles que fazem parte do âmbito escolar e da sociedade a conhecerem as leis da educação. Assim como os pais, e toda a sociedade, o aluno que conhece pode passar a exigi-las caso estas não estejam sendo cumpridas. Trazendo uma realidade no momento atual que estamos vivendo em Brasília/DF, o atual governador Ibanês Rocha entregou uma proposta á Câmara Legislativa do Distrito Federal onde está proposto o fim do passe livre estudantil, que foi instituído no ano de 2010. A Constituição Federal assegura, de acordo com o artigo 208 , inciso VII:

Artigo 208: O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
 VII-  atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.


Diante dessa decisão do atual governador, e sabendo que, de acordo com a Constituição Federal o dever do Estado é oferecer também transporte escolar os estudantes ficaram encolerizados com tal decisão, a ponto de definirem protestos a fim de garantir que o passe livre permaneça. Esse é um exemplo da importância do conhecimento das leis da educação. Além dessa lei há algumas decisões pautadas no STF – Superior Tribunal de Justiça que garantem a liberdade e gratuidade do estudante de estudar longe de casa com transporte alternativo gratuito. Outra situação que pode ocorrer é no que diz respeito as matérias oferecidas na escola, saber quais são obrigatórias e quais são facultativas. A lei rege, por exemplo, que o ensino religioso seja uma matéria de matrícula facultativa, o que muitas vezes não ocorre, pois o estudante se sente inibido de não participar de uma matéria onde, majoritariamente, toda a classe está presente, já que a maioria das religiões ofertadas são cristãs, e com isso alcança a grande maioria dos alunos por ser a religião que predomina no Ocidente. Essa questão também está prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, no artigo 33:

Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo. (Redação dada pela Lei nº 9.475, de 22.7.1997)

Por falta de conhecimento do aluno, e até mesmo dos pais que deveriam apoiar o aluno nesse momento, ocorre que o aluno sente-se na obrigação de realizar as atividades propostas dessa matéria, sem saber que a matrícula desta disciplina é facultativa.
Ainda sobre uma questão atual, o então presidente da república, está com uma proposta em seu plano de educação de direcionar determinada religião as crianças do ensino infantil, isso quer dizer que ele quer implementar desde das creches, isso quer dizer que já será oferecido um ensino confessional. De acordo com uma decisão do STF- Superior Tribunal de Justiça, foi declarado no ano de 2017 que não é institucional essa medida. É uma medida um tanto covarde, já que estamos falando de crianças de 0 a 3 anos, que ainda não tem um entendimento pleno do que significa escolher uma religião, uma vez que seus pais podem te religiões que não estão de acordo com aquelas oferecidas pela escola e, apesar de poder escolher qualquer outra escola que esteja de acordo com a religião dos pais/família, ainda assim a criança não sabe ao que de fato está sendo designada, pois não está com pensamento formado sobre o que deseja para si. O ensino confessional não permite que a criança conheça outras religiões e decida com uma idade mais madura o que gostaria de seguir como religião, e ainda, se gostaria.
Portanto, o maior protagonista da educação, que é o aluno tem um dever importante de conhecer as leis para que assim possa entender se o que está ocorrendo dentro do contexto político e econômico e se  está de acordo com o que está descrito na Constituição Federal e nas demais leis educacionais.

2. A SOCIEDADE E A ESCOLA
Toda a sociedade deveria conhecer não só as leis educacionais, mas todas as outras, para que possa exigir do Estado o que está proposto na Constituição Federal. A sociedade inclui todas as pessoas, pais, professores, gestores, estudantes, e até aqueles que não se encaixam nesses grupos. É a sociedade geral. Pensando que a educação é um caminho para melhorar o futuro e tornar o país mais desenvolvido temos que lutar sempre por uma educação de qualidade pois é um dos investimentos, senão o único, que resulta em melhorias para o país, como desenvolvimento científico, tecnológico, econômico. Além de ser um investimento colaborativo para o âmbito social é um investimento pessoal, para a vida do próprio estudante, pois o conhecimento trabalha pelo desenvolvimento do indivíduo, de torná-lo um cidadão capaz de argumentar, de discutir e fazer reflexões daquilo que lhe for proposto. De acordo com o artigo 205 da Constituição Federal:

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Historicamente no que se diz respeito á educação, sempre tivemos uma educação elitizada, isso quer dizer que somente as pessoas de alta classe tiveram oportunidade de iniciar e levar adiante os estudos, isto porque só a partir da Constituição de 1934 que a educação iniciou seu processo de democratização , ou seja, todos podiam ter acesso. Atualmente diz-se ainda democrática, no entanto com tantas diferenças econômicas e sociais é muito desproporcional ainda o número de pessoas de classe baixa que possuem acesso integral á educação. Portanto a educação é um direito de todos, e é importante que as pessoas tenham reconhecimento para que possa ser exigido no momento que este for negado, como afirmações de que não há vagas para efetivação de matrículas, ou negar o transporte gratuito á uma criança/adolescente que não teve oportunidade de estudar próximo de casa. A escola tem um papel importante também, de ajudar na conscientização e na demonstração de que as leis existem, ela é parte fundamental e incentivadora para que além dos alunos, a comunidade, os pais, e a sociedade no geral reconheça a importância das leis. É importante o investimento da escola em projetos e eventos que passem esse conhecimento político para os alunos.

CONCLUSÃO: Este artigo conclui que a partir do conhecimento das leis educacionais por parte tanto dos alunos como da sociedade no geral é possível buscar seus direitos a partir do que o Estado propõe na Constituição Federal e em suas ramificações. Devido a esse conhecimento essencial é importante que haja projetos pedagógicos nas escolas, que é a precursora principal desse conhecimento, para que assim incentive não só os alunos, mas também a comunidade a ter um acesso sobre seus direitos dando assim oportunidade para que estes sejam exigidos e cumpridos de forma correta.

BIBLIOGRAFIA

CURY, Carlos Roberto Jamil. DIREITO À EDUCAÇÃO: DIREITO À IGUALDADE, DIREITO À DIFERENÇA

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