SUPERLOTAÇÃO ESCOLAR
Pedro Henrique Menegueli de Moraes
Um dos grandes problemas
atuais sobre a educação está na grande quantidade de alunos por sala de aula, o
que gera diversos problemas e principalmente, dificulta a busca pela
excelência, diminuindo a qualidade de ensino. Atualmente, é permitido o máximo
de 35 alunos por sala de aula, o que em certas escolas não é respeitado,
podendo chegar a 40 alunos.
A superlotação impede uma proximidade
maior entre aluno e professor, fazendo com que a educação se torne um processo
mecânico e engessado, onde a função social do professor se torna a de
transmitir o extenso conteúdo organizado pela Lei de Diretrizes e Bases. Além
disso, o extenso número de alunos dificulta a movimentação espacial na própria
sala, o que impede novas atividades propostas pelo professor para dinamizar a
aula.
Outro grande problema que é
potencializado pela grande quantidade de alunos é a dificuldade de organizar e
controlar a sala de aula. Em dias que a turma está muito enérgica, o espaço
fechado e aglomerado estimula a desordem, dificultando a gerência do professor.
A superlotação, além de aumentar o
estresse para os professores, ainda gera uma enorme quantidade de atividades
que o professor terá que corrigir e avaliar em casa, diminuindo seu tempo de
lazer e descanso, e aumentando o principal problema que os professores passam,
o surgimento de problemas psicológicos como ansiedade, depressão e aversão a
sala de aula. E como o professor não ganha seu salário por aluno, e sim pela
quantidade de aulas, muitos professores pegam 2 jornadas de trabalho, o que
somado com a enorme quantidade de alunos, potencializa o trabalho em casa, e
consequentemente o estresse e o desgaste.
A extensa quantidade de alunos por sala é
uma nítida forma do governo de buscar uma maior quantidade de crianças e
adolescentes inscritos no ensino público, visando a quantidade e não a
qualidade do ensino. No ano de 2017, foram feitas 48,6 milhões de inscrições no
ensino público do país, o que não significa que esses 48 milhões estão tendo as
adequadas condições para obterem uma boa aprendizagem.
Em média no Brasil, existem 37 alunos por
sala de aula, e 22 alunos por professor. Dentre os 60 países analisados no
estudo de Políticas Eficazes para Professores, o Brasil só perde para a
Colômbia na quantidade de alunos por professor, que chega a 27. Para se ter uma
ideia, a China, país mais populosos do mundo, tem cerca de 12 alunos por
professor.
Um dado alarmante que essa pesquisa
revela, é que além da quantidade de alunos, os professores de ciência possuem
apenas 29% de especialização na área, ou seja, muitos professores ou tutores,
que não dominam o conteúdo da ciência, estão dando aulas desta matéria. Países
como a Finlândia, que são referência na educação cientifica do mundo, possuem
83% dos professores especializados.
Portanto, a busca por uma educação de
qualidade, não se resume em aumentar a quantidade de aulas, ou na maior
aplicação de provas e testes, mas sim soluções simples e básicas como a
diminuição de alunos por sala. Claro que isso gera um maior gasto público com a
educação, contudo, todos os países que se transformaram em grandes potencias
nas últimas décadas, passaram por uma profunda reformulação educacional.
Referências:
https://www.nexojornal.com.br/grafico/2018/02/19/O-n%C3%BAmero-de-alunos-nas-salas-de-aula-do-Brasil
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