domingo, 2 de junho de 2019



SUPERLOTAÇÃO ESCOLAR

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                                                                                 Pedro Henrique Menegueli de Moraes 

  Um dos grandes problemas atuais sobre a educação está na grande quantidade de alunos por sala de aula, o que gera diversos problemas e principalmente, dificulta a busca pela excelência, diminuindo a qualidade de ensino. Atualmente, é permitido o máximo de 35 alunos por sala de aula, o que em certas escolas não é respeitado, podendo chegar a 40 alunos.
      A superlotação impede uma proximidade maior entre aluno e professor, fazendo com que a educação se torne um processo mecânico e engessado, onde a função social do professor se torna a de transmitir o extenso conteúdo organizado pela Lei de Diretrizes e Bases. Além disso, o extenso número de alunos dificulta a movimentação espacial na própria sala, o que impede novas atividades propostas pelo professor para dinamizar a aula.
      Outro grande problema que é potencializado pela grande quantidade de alunos é a dificuldade de organizar e controlar a sala de aula. Em dias que a turma está muito enérgica, o espaço fechado e aglomerado estimula a desordem, dificultando a gerência do professor.
      A superlotação, além de aumentar o estresse para os professores, ainda gera uma enorme quantidade de atividades que o professor terá que corrigir e avaliar em casa, diminuindo seu tempo de lazer e descanso, e aumentando o principal problema que os professores passam, o surgimento de problemas psicológicos como ansiedade, depressão e aversão a sala de aula. E como o professor não ganha seu salário por aluno, e sim pela quantidade de aulas, muitos professores pegam 2 jornadas de trabalho, o que somado com a enorme quantidade de alunos, potencializa o trabalho em casa, e consequentemente o estresse e o desgaste.
      A extensa quantidade de alunos por sala é uma nítida forma do governo de buscar uma maior quantidade de crianças e adolescentes inscritos no ensino público, visando a quantidade e não a qualidade do ensino. No ano de 2017, foram feitas 48,6 milhões de inscrições no ensino público do país, o que não significa que esses 48 milhões estão tendo as adequadas condições para obterem uma boa aprendizagem. 
      Em média no Brasil, existem 37 alunos por sala de aula, e 22 alunos por professor. Dentre os 60 países analisados no estudo de Políticas Eficazes para Professores, o Brasil só perde para a Colômbia na quantidade de alunos por professor, que chega a 27. Para se ter uma ideia, a China, país mais populosos do mundo, tem cerca de 12 alunos por professor.   
      Um dado alarmante que essa pesquisa revela, é que além da quantidade de alunos, os professores de ciência possuem apenas 29% de especialização na área, ou seja, muitos professores ou tutores, que não dominam o conteúdo da ciência, estão dando aulas desta matéria. Países como a Finlândia, que são referência na educação cientifica do mundo, possuem 83% dos professores especializados.
      Portanto, a busca por uma educação de qualidade, não se resume em aumentar a quantidade de aulas, ou na maior aplicação de provas e testes, mas sim soluções simples e básicas como a diminuição de alunos por sala. Claro que isso gera um maior gasto público com a educação, contudo, todos os países que se transformaram em grandes potencias nas últimas décadas, passaram por uma profunda reformulação educacional.      

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