terça-feira, 11 de junho de 2019



A EDUCAÇÃO QUE QUEREMOS NÃO SE CUMPRE COM O PNE 

Resultado de imagem para PNE
                                                                                              Raíssa Lima Mendes 

Sabe-se que segunda a constituição brasileira a educação é um direito de todos e também dever do Estado e da família, devendo ser promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, buscando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Nesse sentido, o PNE (Programa Nacional de Educação) foi criado com o intuito de cumprir o que está na constituição e também com o objetivo primordial de melhorar a educação. Porém, haja vista os grandes problemas educacionais que temos no país, poucas metas do PNE foram cumpridas. Aqui quero destacar uma em especial: a Meta 1.
Dessa forma, pensando sobre o lema educação que temos x educação que queremos, quero refletir a respeito dessa meta e porque ela não foi cumprida. A meta 1 diz: 

Universalizar, até 2016, a educação infantil na pré-escola para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade e ampliar a oferta de educação infantil em creches de forma a atender, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das crianças de até 3 (três) anos até o final da vigência deste PNE.

Entretanto, sabe-se que tal meta terminou em 2016 e não foi cumprida, pois segundo o Relatório do 2º ciclo de monitoramento das metas do plano nacional de educação –  em 2016, 91,5% das crianças entre 4 e 5 anos foram atendidas. Para atingir a meta, cerca de 450 mil precisariam ter sido incluídas. Sobre as creches (crianças de 0 a 3 anos), a meta só vale para 2024, mas, em 2016, só 32% delas estavam atendidas. Para atender tal meta, 1,9 milhão de crianças precisam ser incluídas até o prazo.[1] Mas então por quê tal meta não foi atingida? Segundo debatedores em um seminário da Comissão de Educação sobre os três anos da lei que instituiu o plano (Lei 13.005/14), o  financiamento foi apontado como um dos principais desafios para o cumprimento das metas.[2] Segundo parlamentares e representantes de setores ligados a educação, o financiamento só será possível quando o plano se tornar o centro das políticas públicas brasileiras. E isso foi dificultado depois que a emenda constitucional que estabeleceu o teto de gastos públicos (EC 95) em 2016, foi aprovada.
Dessa forma, fica evidenciado que o problema maior para o cumprimento não só da Meta 1 mas também das outras é a falta de dinheiro. Passa os anos, e o grande problema sempre é esse, enquanto a sociedade fica à míngua, com políticos que em sua maioria pouco fazem pela educação. Mas acredito que para que tenhamos a educação que queremos é preciso mudar as estruturas da nossa sociedade, a nossa cultura, mudar a consciência das pessoas, pois o que muito se vê são pessoas reclamando de políticos, mas deixam por isso mesmo, não vão à luta mudar as coisas. Isso porque é da nossa cultura se colocar num lugar cômodo e também porque se tem a crença de que nada vai adiantar correr atrás dos direitos. Portanto essa crença precisa ser mudada de imediato e para isso acontecer é preciso que as estruturas mudem, que a cultura mude.

Referências:






[1] Ver:http://portal.inep.gov.br/documents/186968/485745/RELAT%C3%93RIO+DO+SEGUNDO+CICLO+DE+MONITORAMENTO+DAS+METAS+DO+PNE+2018/9a039877-34a5-4e6a-bcfd-ce93936d7e60?version=1.17
[2]  Ver http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/radio/materias/RADIOAGENCIA/537458-PRINCIPAL-DESAFIO-PARA-CUMPRIMENTO-DE-METAS-DO-PNE-E-O-FINANCIAMENTO,-AFIRMAM-DEBATEDORES.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A CULTURA NA EDUCAÇÃO: CONSTRUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA IDENTIDADE                                                                    ...