terça-feira, 11 de junho de 2019



EDUCAÇÃO E EQUIDADE 

Resultado de imagem para EDUCAÇÃO E EQUIDADE
                                                                                    Juliana de Melo 

Em Direito à Literatura, de Antonio Candido, o autor disserta sobre como e qual tipo de literatura chega a sociedade. Primeiramente, ele identifica dois tipos de literatura: a popular e erudita. A popular é direcionada a massa e a que é classificada como erudita se direciona as elites. A partir dessa perspectiva sobre a literatura, o autor começa a perceber o que é classificado como literatura erudita: quem escolhe as obras que serão contempladas pela massa e pela elite? A sociedade. As pessoas influentes decidem o que deve ser considerado literatura clássica e de qualidade.
 Assim como acontece na reflexão de António Candido, acontece na atual educação brasileira. A tardia percepção de uma educação gratuita, una e de qualidade no Brasil faz com que até hoje exista essa divisão entre "educação popular" e "educação erudita". Uma vez que a educação popular é aquela direcionada a uma população de baixa renda e com pouca instrução na família, enquanto a educação erudita tramita entre as famílias ricas cujas possuem alto nível de instrução. 
Durante anos, o acesso às universidades no Brasil só era permitido a essa elite, enquanto a educação básica era usada para doutrinar os povos indígenas. Conforme a estrutura política do país foi se modificando, do império a democracia, a educação tentou se adaptar à nova realidade, mas o antigo modelo de exclusão já está enraizado no método educacional. 
É facilmente visto o abismo que há entre a educação pública e privada no Brasil. Mesmo quando se deixa de lado os privilégios da classe média alta, maior parte do público da educação privada, a escola pública ainda perde em quesitos como estrutura física da escola, capacitação dos professores e conteúdo programático. Vê-se muito que grande parte das vagas em universidades federais são ocupadas por estudantes oriundos de escolas privadas cujas possuem todas as atividades voltadas a facilitarem o ingresso de seus alunos no ensino superior.
Uma reforma no sistema de ensino brasileiro, percebendo o problema desde a raiz, seria capaz de contornar essa situação de desigualdade na educação. Um sistema de ensino capaz de incluir as diversas esferas da sociedade ajuda na melhor compreensão do mundo, fazendo com que haja respeito e crescimento no país. O investimento em educação faz o povo forte tanto em ciência quanto em humanidade.

Referências Bibliográficas:
CANDIDO, Antonio. Vários Escritos. 3ª edição revista e ampliada. São Paulo: Duas Cidades, 1995.
MELO, Adriana Almeida Sales de Aspectos da coexistência entre educação pública e privada no Brasil de hoje.
ROCHA, Maria Zélia Borba. A organização federativa do ensino brasileiro. In: ROCHA, Maria Zélia Borba, PIMENTEL, Nara Pimentel (Orgs). Organização da educação brasileira: marcos contemporâneos. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2016. p. 137 a 169.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A CULTURA NA EDUCAÇÃO: CONSTRUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA IDENTIDADE                                                                    ...