domingo, 2 de junho de 2019

ENSINO DA LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA NAS ESCOLAS 

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                                                                                                 Letícia Cristina 

As línguas estrangeiras sempre foram importantes na história da humanidade, elas são intermediárias de ações políticas e comerciais, e facilitam o compartilhamento de conhecimento e de cultura. Com a globalização, uma segunda língua expande as oportunidades de desenvolvimento profissional, assim, nas últimas décadas houve um aumento significativo de cursos particulares de inglês com o consenso de que não é possível aprender outro idioma nas escolas regulares, pois, infelizmente, as políticas educacionais não garantem uma implantação de qualidade. Com isso, as classes mais altas garantem a aprendizagem com professores particulares ou em escolas de idiomas, enquanto os menos favorecidos ficam na periferia desse conhecimento.
      A língua estrangeira moderna é componente da Base Curricular Comum, na categoria diversificado, ou seja, deve ser adequado às conjunturas regionais. Em níveis de organização, todos os entes federados podem regulamentar a Educação Básica, a União é responsável por documentos como a Constituição Federal, Lei de Diretrizes e Bases, Parâmetros Curriculares Nacionais, ENEM, SAEB e a Base comum, já os estados e municípios, elaboram as diretrizes das Secretarias de Educação, o que pode gerar divergências entre os documentos.
Com a Lei de Diretrizes e Bases de 1971, o ensino diminuiu de 12 para 11 anos, para atender uma direção de ensino profissionalizante na educação, o que gerou uma diminuição considerável na carga horária do ensino de língua estrangeira no programa curricular, então muitas escolas oferecem cerca de 1 hora semanal. Mas, com a Lei nº 5.692 de 1971, o inglês foi considerado o único idioma obrigatório, sendo vinculado à profissionalização, o que tornou a língua predominante na instrução de língua estrangeira, desvalorizando a presença de outros idiomas como o francês e espanhol. Com a Reforma do Ensino Médio, Lei nº 13.415 de 2017, o ensino do inglês se tronou obrigatório a partir do 6º ano do Ensino Fundamental II, junto a português e matemática, com a justificativa de ser a língua mais disseminada e ensinada no mundo.
Entretanto, o ensino do inglês na escola regular é baseado na competência de leitura, pelo estudo de formas gramaticais, memorização de regras e priorização da língua escrita, excluindo outras três habilidades: falar, ouvir e escrever. Isso se deve a realidade das escolas brasileiras, onde há uma carga horária reduzida, material didático escasso, salas de aula lotadas, pouco domínio das habilidades orais do docente, etc. Existem iniciativas para equilibrar a baixa proficiência dos estudantes da rede pública em línguas estrangeiras, por exemplo, alguns estados ofertam aulas adicionais nos Centros de Línguas como integrante de atividades extracurriculares, o que não abrange todos os alunos.
Dessa forma, nota-se que estamos inseridos em um contexto que o domínio de outro idioma traz mais oportunidades na inserção do mercado de trabalho, mas as políticas e métodos educacionais não garantem o ensino de línguas estrangeiras de forma eficaz a todos. Além disso, priorizam apenas o inglês, sendo que há um déficit muito grande no próprio português e que está previsto na CF/88 a integração do Brasil com os países da América Latina, ou seja, também poderia estar no currículo obrigatório o Espanhol. Assim, há uma meritocracia, em que apenas aqueles que podem custear um curso particular conseguem aprender efetivamente uma língua estrangeira.

REFERÊNCIAS
FRANCINI, Eduardo. Referenciais de ensino para língua estrangeira: análise dos padrões de aprendizagem nas matrizes brasileiras e no CEFR. 2017. Disponível em: <https://www.linkedin.com/pulse/referenciais-de-ensino-para-l%C3%ADngua-estrangeira-an%C3%A1lise-francini>. Acesso em: 30 nov. 2018.

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