A ERA DA INFORMAÇÃO E OS CONFRONTOS DA EVASÃO ESCOLAR
Rafaela Maria
A
sociedade contemporânea se encontra fascinada pelos feitiços das imagens. O que
se vê é que a cultura atual esta fortemente marcada pelos meios de comunicação
audiovisuais.
Esses
processos transformaram a linguagem os modos de expressão e comunicação. E não
apenas, afetaram também a construção do próprio eu, “as relações com os outros
e a formulação do mundo” (SIBILIA, 2013:63). Guy Debord vai tratar exatamente
sobre essa nova definição do real ao falar sobre a “sociedade do espetáculo”.
As relações sendo mediadas por imagens atingindo a própria ideia de
comunicação.
De acordo com a autora Sibilia fica
mais claro por que a escola se tornou algo chato, a apatia, pouco entusiasmo
relacionado com a falta de sentido. Restando para a escola, entrar neste jogo
da lógica do mercado, ou seja, se tornando algo prático, dinâmico, atrativo. Assim,
a comunicação tecnológica e consumo competem fortemente para conquistar a
atenção do alunato. Além disso, percebe-se que nas escolas públicas e
principalmente nas privadas a uma disputa por estar no ranking das que mais
aprovam para as universidades federais, sendo que estas têm vagas limitas e
deveriam ser destinadas para aqueles que mais necessitam. Dessa forma,
observa-se uma disputa e competição que vem sendo exaltadas em vez de lutas por
cooperação e educação de qualidade para todos.
Esses processos mostram que, há mudança
no estatuto da interpretação, da leitura, da escrita. Mas de acordo com
Cristina Corea estão usando a leitura e a escrita como “ferramentas técnica a
serviço da navegação e da conexão”. Não lêem e escrevem como antes, de acordo
com a autora “porque partem de outras premissas e apontam para objetos
diferentes”. (SIBILIA) 2013:73). De acordo com dados “a evasão escola pode
chegar a 50%. Além disso, o índice de alunos que repetem o ano durante a
primeira parte do ensino secundário nos colégios públicos é de 21%, enquanto
nas escolas privadas atinge 10%. Além dessa diferença significativa entre o que
ocorre nas instituições públicas e o que se consta nas particulares, não é de
admirar que os dados mais chamativos se refiram ao ensino médio” (SIBILIA,
2013:68)
Hoje ainda sê lê e escreve, mas de
outras formas, exemplo disso ao acessar a internet, isso significa, novas
estratégias para habituar o fluxo de informações. Dessa forma o discurso
midiático requer exterioridade e desconcentramento. De acordo com Jorge Larrosa
“O sujeito da informação sabe muitas coisas, passa o tempo buscando
informações, o que mais lhe preocupa é não ter bastante informação, cada vez sabe
mais (mas não no sentido de “sabedoria”, mas no sentido de estar informado”) (
LARROSA, 2011:20). Isso implica também novas “patologias” como TDA ou TDAH.
Corea também aponta que eles são “peritos em opinar, fazer zapping e ler
imagens”
Como se vê, através desse modelo
empresarial generalizado, o estudantes tem esse choque na sala de aula por
estarem habituados a essa performance que exige exterioridade, descentramento,
a desatenção. Diferente dos meios disciplinares a lógica disciplinar “não se
assenta e nem são absorvidos por esses corpos estudantes” (SIBILIA, 2013). Dessa
maneira, é necessário confrontar esse modelo e possibilitar o contato com
outros meios. Como também , revolucionar a educação com pedagogos que possam abrir
espaços e tempos para que o aluno não apenas desenvolva um olhar crítico, mas
também para que ele se sinta como território de transformação para que o aluno
se coloque em jogo com o que lê e vê.
REFERÊNCIAS:
SIBILIA, Paula. O desmoronamento do sonho letrado:
inquietação, evasão e zapping In Redes ou paredes. A escola em
tempos de dispersão. Rio de Janeiro: Contraponto: 2013, 63-80. (ONLINE)
LARROSA, Jorge. Experiência e alteridade em educação.
Revista Reflexão e Ação. Santa Cruz do sul, v.19, n. 2,
jul/dez, p. 1-24,. 2011.
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