terça-feira, 11 de junho de 2019



A ERA DA INFORMAÇÃO E OS CONFRONTOS DA EVASÃO ESCOLAR 

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                                                                                            Rafaela Maria 

A sociedade contemporânea se encontra fascinada pelos feitiços das imagens. O que se vê é que a cultura atual esta fortemente marcada pelos meios de comunicação audiovisuais.
            Esses processos transformaram a linguagem os modos de expressão e comunicação. E não apenas, afetaram também a construção do próprio eu, “as relações com os outros e a formulação do mundo” (SIBILIA, 2013:63). Guy Debord vai tratar exatamente sobre essa nova definição do real ao falar sobre a “sociedade do espetáculo”. As relações sendo mediadas por imagens atingindo a própria ideia de comunicação.
            De acordo com a autora Sibilia fica mais claro por que a escola se tornou algo chato, a apatia, pouco entusiasmo relacionado com a falta de sentido. Restando para a escola, entrar neste jogo da lógica do mercado, ou seja, se tornando algo prático, dinâmico, atrativo. Assim, a comunicação tecnológica e consumo competem fortemente para conquistar a atenção do alunato. Além disso, percebe-se que nas escolas públicas e principalmente nas privadas a uma disputa por estar no ranking das que mais aprovam para as universidades federais, sendo que estas têm vagas limitas e deveriam ser destinadas para aqueles que mais necessitam. Dessa forma, observa-se uma disputa e competição que vem sendo exaltadas em vez de lutas por cooperação e educação de qualidade para todos.
            Esses processos mostram que, há mudança no estatuto da interpretação, da leitura, da escrita. Mas de acordo com Cristina Corea estão usando a leitura e a escrita como “ferramentas técnica a serviço da navegação e da conexão”. Não lêem e escrevem como antes, de acordo com a autora “porque partem de outras premissas e apontam para objetos diferentes”. (SIBILIA) 2013:73). De acordo com dados “a evasão escola pode chegar a 50%. Além disso, o índice de alunos que repetem o ano durante a primeira parte do ensino secundário nos colégios públicos é de 21%, enquanto nas escolas privadas atinge 10%. Além dessa diferença significativa entre o que ocorre nas instituições públicas e o que se consta nas particulares, não é de admirar que os dados mais chamativos se refiram ao ensino médio” (SIBILIA, 2013:68)
            Hoje ainda sê lê e escreve, mas de outras formas, exemplo disso ao acessar a internet, isso significa, novas estratégias para habituar o fluxo de informações. Dessa forma o discurso midiático requer exterioridade e desconcentramento. De acordo com Jorge Larrosa “O sujeito da informação sabe muitas coisas, passa o tempo buscando informações, o que mais lhe preocupa é não ter bastante informação, cada vez sabe mais (mas não no sentido de “sabedoria”, mas no sentido de estar informado”) ( LARROSA, 2011:20). Isso implica também novas “patologias” como TDA ou TDAH. Corea também aponta que eles são “peritos em opinar, fazer zapping e ler imagens”
            Como se vê, através desse modelo empresarial generalizado, o estudantes tem esse choque na sala de aula por estarem habituados a essa performance que exige exterioridade, descentramento, a desatenção. Diferente dos meios disciplinares a lógica disciplinar “não se assenta e nem são absorvidos por esses corpos estudantes” (SIBILIA, 2013). Dessa maneira, é necessário confrontar esse modelo e possibilitar o contato com outros meios. Como também , revolucionar a educação com pedagogos que possam abrir espaços e tempos para que o aluno não apenas desenvolva um olhar crítico, mas também para que ele se sinta como território de transformação para que o aluno se coloque em jogo com o que lê e vê.

REFERÊNCIAS

SIBILIA, Paula. O desmoronamento do sonho letrado: inquietação, evasão e zapping In Redes ou paredes. A escola em tempos de dispersão. Rio de Janeiro: Contraponto: 2013, 63-80. (ONLINE)
LARROSA, Jorge. Experiência e alteridade em educação. Revista Reflexão e Ação. Santa Cruz do sul, v.19n2, jul/dez, p. 1-24,. 2011.

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