AS FORMAS DE DESCRISTALIZAR OS ASPECTOS DEFEITUOSOS DA EDUCAÇÃO
Nayara Clara Marques
A educação como um ensino nas
escolas, sendo um espaço físico para a transmissão e recebimento de
conhecimento, foi desde do período moderno formada com o objetivo de confinamento
dos corpos. Onde crianças e adolescentes eram disciplinados a determinadas
ideologias, desempenhando um papel de controle dos indivíduos.
Se por um aspecto, na
contemporaneidade, os alunos conquistaram a liberdade de suas escolhas, sejam
religiosas ou políticas, por outro aspecto o ambiente atual onde esses
indivíduos convivem “sofrem rápidas adaptações corporais e subjetivas, aos
novos ritmos e experiências”. ( SIBILIA,2012: 51) .E essas adaptações, provocou
a incompatibilidade de crianças e adolescentes com a “escola”. Por isso a educação
que temos se tornou entediante, comparada ao extenso mercado de trabalho, a formação
técnica e ao mercado tecnológico.
E a educação que queremos é aquela
que trabalha a consciência crítica sobre as diversas formas de doutrinação. A
educação libertadora e a base do diálogo, como cita Paulo Freire. A escola
representa o encontro das diversidades culturais e o espaço do diálogo na
formação da subjetividade do indivíduo. O que poderia ser construído com rodas
literárias e debates em sala de aula. De forma que o professor não jogasse de única
vez as informações, mas trabalhasse aos poucos a construção de um fato.
Temos normas que defende a educação
de qualidade e igualitária, que no encontro do rico e do pobre trabalha a
ausência da hierarquia de escolhas e oportunidades. O que queremos é que essa
teoria seja posta em prática, que os interesses particulares da elite desapareça em relação aos dos menos
favorecidos. Queremos que os objetivos desenvolvidos em leis, não desviem o percurso
em relação à educação; que os espaços físicos das escolas sejam constantemente
reformados, que haja frequentes investimentos em materiais didáticos e que as
universidades públicas sejam um direito aos alunos de escolas públicas, e não
um privilégio de uma “elite intelectual”, como diz Ricardo
Vélez Rodríguez. Porque essa elite intelectual é a mesma elite econômica, por
que são eles que detém os melhores
estudos e preparos para vestibulares de ingresso em universidades públicas.
Temos uma educação pública que trabalha as
línguas inglês e espanhol nas escolas, com o ensino do português um pouco
escasso em interpretação textual, sendo que os alunos terminam o ensino médio
sem falar e interpretar nenhuma dessas línguas fluentemente; e os que sabem,
fizeram cursos fora das intuições.
Em função disso a educação que queremos, e que
os conteúdos sejam mostrados de forma mais dinâmica e profundo, em relação a
aprendizagem. Que os modos de ensinar sejam atualizados, com contatos mais
comparados a realidade. Como por exemplo, explicar botânica com um passeio que
mostre contato com a natureza. Dessa forma, os alunos se sentiriam confortáveis
e livres, em relação a tantas cadeiras enfileiradas em colunas bem organizadas.
Existem pessoas que por algum defeito biológico,
acabam sendo excluídas das relações sociais. Por esse motivo, em minha
particular opinião, disponibilizar o ensino de libras nas escolas desde o
ensino fundamental, incluiria o contato de crianças surdas e mudas, as demais
crianças. Além de aumentar o mercado de
trabalho a profissionais que cursam libras.
Por fim, a educação que temos ainda carece de
muito desenvolvimento. Pois não é vista, ou não quer ser vista, pelo Governo,
como algo realmente transformador e necessário a população; talvez por medo de
que esses indivíduos conheceram os seus direitos e deveres dentro da sociedade,
e desenvolveram suas críticas e opiniões em relação a diversos fatores.
A educação que queremos ainda enfrentará muitos
holocaustos e dificuldades para ser alcançada. Com profissionais da educação que
sejam valorizados e respeitados, tendo currículos não apenas com alto nível de
formação em conhecimento conteudista, mas também em formação humanista.
Referência
Bibliográfica:
SIBILIA,
Paula. Os incompatíveis: outros tipos de corpos e subjetividades. In Redes ou
paredes. A escolas em tempos de dispersão. Rio de Janeiro: Contraponto: 2013.
45-63.
ANOTAÇÕES;
que foram feitas dos slides passados em sala, durante o curso de verão.
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