TODO ESTUDANTE TEM TDAH
A geração Z, é conhecida
pela grande familiaridade com a internet, compreensão e abertura social às tecnologias, além de velocidade
e impaciência. Essas características são antagônicas ao modelo de escola
efetivo, o que por consequência acarreta uma serie de prejuízos ao estudante,
como por exemplo o aumento dos medicamentos tarja preta prescritos às crianças
e a utilização por parte dos jovens.
Essa questão deve-se ao modelo de escola atual, que conserva suas raízes
ao da época moderna, com a docilizarão dos corpos e a disciplina por meio da
ideia de panóptico concebida por Foucault. Veiga-Neto (2003),
explicita essas instituições:
"[...]
aquelas instituições que retiram compulsoriamente os indivíduos do espaço
familiar ou social mais amplo e os internam, durante um período longo, para
moldar suas condutas, disciplinar seus comportamentos, formatar aquilo que
pensam etc.”
Com essa estrutura de ensino os estudantes ficam reprimidos, além de serem
resignados a horas diárias sentados em carteiras e pacatos, características
essas que divergem das especificidades da geração Z. Eles também são submetidos
a pressão de provas, notas, competitividade, que visam um faculdades e empregos,
além de reprimirem a liberdade criativa e de ideias. Questões das quais com a
militarização nas escolas iria se intensificar, o que acaba fugindo da função
social da escola.
Muitos alunos, pais e professores não sabem lidar com essa situação e
aceitam a ideia de doença e concedem com a ideia de inserir medicamentos de
tarja preta na vida dos resignados. O Transtorno do Déficit
de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é
conhecido por ter os sintomas de desatenção,
inquietude, impulsividade e ansiedade. Porém essas características são
respostas ao padrão de sistema escolar oferecido e não é culpa do estudante e
sim da escola.
Por isso o sistema vigente deve ser modificado, da mesma forma que
diversas áreas da sociedade mudaram no decorrer dos anos, como a medicina. O viés da escola construtivista é uma base, que
favorece para a mudança de ideias e concepções, além da abertura para um novo
modelo que se preocupe com o aprendizado, pela liberdade criativa, que valorize
e respeite a individualidade.
Na
Escola Construtivista, cada sala de aula possui pequena quantidade de alunos,
proporcionando ao professor o conhecimento detalhado de cada criança e a
possibilidade de acompanhar sua evolução de aprendizado, além de poder entender
cada aluno e trabalhar de acordo com suas diferenças, destituindo das amarras
da Escola tradicional que acaba enquadramento e igualando os estudantes.
O
ideal construtivista nas escolas ainda institui que a principal função do
professor é motivar as atividades e não as impor, buscando incentivar a
individualidade de cada aluno e explorá-la para o enriquecimento de todo o
grupo. Nessa linha de pensamento, o educador
tem o papel de estimular os estudantes, instigando-os e trabalhando com
referência a cada realidade. O que vem de encontro com a o inciso II, do artigo 206, da Constituição de 1988, “liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura,
o pensamento, a arte e o saber.”
Dessa maneira, o erro é considerado um trampolim para o aprendizado e
não uma falha ou deficiência do aluno, não censurando o aluno por errar e sim, enxergar
o ocorrido como uma situação de aprendizagem. Por meio das falhas, é possível
estimular o estudante a se corrigir.
A pespectiva da ludicidade nas aulas também contribui significativamente
na aprendizagem:
“Sabemos que a ludicidade contribui e
enriquece o desenvolvimento intelectual e social. [...] Passam a ter
significados positivos para a aprendizagem quando o professor proporciona um
trabalho coletivo, de cooperação, de comunicação e socialização.” (Fernanda Martins Miziara, Magali de Paula Bitencourt, Márcia
Sousa de Abreu, 2006, p.25)
Em síntese, o TDAH não deve ser visto como doença e sim como resposta ao
sistema escolar atual que deve ser mudado por um que se preocupe com o
aprendizado, que respeite a individualidade e a liberdade criativa/
intelectual.
Referências Bibliográficas
VEIGA-NETO, Alfredo;
Foucault e a educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2003.
Fernanda Martins Miziara, Magali de Paula Bitencourt, Márcia
Sousa de Abreu, 2006, p.25.
Nenhum comentário:
Postar um comentário