domingo, 2 de junho de 2019

A EDUCAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO SOCIAL 
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                                                                                    Mariana Bernardo Vieira 


A educação é um dos fatores de mais relevância no meio social. Entretanto, tal relevância não é constatada e assim, a educação é muitas vezes deixada de lado, como outras áreas com falta de manutenção e suporte vindo dos gestores encarregados.
O investimento, assim como propostas que visam melhores condições na educação, tanto na parte da infraestrutura das escolas quanto no ambiente da sala de aula, que influenciará no desenvolvimento dos alunos em sua formação acadêmica e social, como cidadãos.
Um dos problemas mais vistos atualmente em relação à educação nas escolas brasileiras é a forma como esta é tratada por seus administradores, especialmente quando falamos do ensino privado, pois neste, tais administradores têm uma liberdade que não existirá quando se trata do ensino público. Logo, o ensino privado tornou-se um meio pelo qual grandes empresários, os gestores das instituições de ensino consigam mais lucros, promovendo propagandas que passam a ideia enganosa de “melhor desempenho em vestibulares”, incentivando e trazendo mais alunos  para tais instituições, mesmo algumas com mensalidades que para alguns, são consideradas absurdas. Tal fragmentação da educação aconteceu à partir do capitalismo na sociedade, e de suas várias transformações ao longo dos anos.
Estes alunos possuem sim, uma melhor preparação para vestibulares, assim como aprendem, na maioria das vezes, a alcançarem “o topo” e deixarem seus concorrentes para trás, uma característica forte do individualismo. O ensino privado é sim, infelizmente melhor que o ensino público, mesmo não trazendo para a sala de aula, em sua maior parte, questões sociais, que implementariam uma visão crítica e perceptiva no aluno, o qual cresceria como cidadão.
Neste caso, em relação ao ensino público e suas dificuldades como por exemplo, falta de estrutura física apropriada, carência de professores, resultando em semestres atrasados e conteúdos incompletos, ocorrências de atos violentos, que acontecem por conta da necessidade de orientação que ajudariam a evitar estes casos e outros fatores que juntos levam a uma visão generalizada do ensino público.
Entretanto, mesmo com estes e outros problemas que as instituições públicas possuem, é necessário ressaltar as ações voltadas para cultura e cidadania que as escolas públicas têm e as escolas privadas em sua maioria, não realizam. Em 2015 a campanha “Quem Falta Faz Falta” realizado em São Paulo com o objetivo de incentivar os alunos a permanecerem na escola e não abandonarem seus estudos. De acordo com o governo do estado de São Paulo A campanha “Quem Falta Faz Falta” foi criada com base em experiências bem sucedidas desenvolvidas pelas escolas estaduais, que já resultaram em uma diminuição histórica de 81% das taxas de abandono na rede de São Paulo. Na década de 80, o índice era de 26,5% e atualmente está em 5% no Ensino Médio paulista, uma das taxas mais baixas do País, apesar do tamanho e complexidade da rede estadual”.
Outro exemplo é o Projeto Mais Cultura que tem ganhado mais âmbito nas escolas pelo país com o objetivo de incentivar o ensino da democracia e do desenvolvimento social através da cultura, além de expandir as atividades, também proporcionam aos alunos, mais áreas de interesse que servirão muitas vezes, de incentivo. O repasse das verbas é feito pelo FNDE e estes projetos devem ocorrer por no mínimo metade do ano letivo, dentro ou fora das escolas.
Estes são alguns dos exemplos de iniciativas que ajudam e promovem a socialização e a capacitação do aluno bem como, sua permanência e desejo de continuar seus estudos, visando o ensino superior que muitas vezes é visto como algo impossível de ser alcançado, justamente pela falta de preparação que estes alunos possuem por terem um ensino público.
O incentivo aos alunos por meio de atividades culturais é uma ótima forma de trazer a função social da escola na atualidade, pois infelizmente esta se perdeu, assim como o sociólogo francês Émile Durkheim trouxe como primeiro conceito relacionado a este tópico, o coletivo, a ação do educar como a formação do cidadão. Por um lado, as instituições privadas focam no individual, o aluno como um produto, uma máquina, sem contemplar os aspectos relacionados à cidadania e os fundamentos sociais, que são tão importantes quanto a construção do indivíduo no mercado de trabalho. É necessário então, um equilíbrio, propostas de metas e o cumprimento destas pelo PNE por exemplo, assim como verbas voltadas para mais projetos pelo FNDE.

Bibliografia:

ESCOLA FAZ PROJETO CULTURAL PARA INCENTIVAR ALUNOS A NÃO FALTAREM NAS AULAS, disponível em https://novaescola.org.br/conteudo/456/criador-sociologia-educacao
PENIN, S.; VIEIRA, S. L. Refletindo sobre a função social da escola. Gestão da escola: desafios a enfrentar. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. p.13-45.
Émile Durkheim, o criador da sociologia da educação, disponível em https://novaescola.org.br/conteudo/456/criador-sociologia-educacao

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