domingo, 2 de junho de 2019

A FUNÇÃO DA ESCOLA 

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                                                                            Larissa Teixeira Soares 

A escola é um ambiente de formação pelo qual, pelo menos em teoria, todas as pessoas passam. Logo, ela tem uma responsabilidade e uma importância muito grande. Além disso, o fato das pessoas passarem um tempo significativo de suas vidas em uma saga de formação nos remete que a escola é um ambiente de qualidade, tanto no seu espaço físico quanto na esfera intelectual. Contudo, sabemos que a realidade é outra. A escola pública brasileira enfrenta vários problemas em ambas as esferas. Dentre eles, temos a relação com a comunidade que é bastante fraca e a maneira como o conhecimento é transmitido.
A finalidade da escola é estabelecida pela Constituição brasileira de 1988 e reforçada pelo LDB. Em suma, a finalidade da educação escolar é o pleno desenvolvimento da pessoa, ou seja, não apenas a transmissão de conteúdos pragmáticos, mas também uma formação cidadã. O que sabemos que não acontece. A escola atual se fecha em uma grande curricular extensa, na qual deixa de lado temas de importância social e de interesse dos jovens e foca nos conteúdos pragmáticos que são transmitidos de forma desinteressante.
A educação é um empreendimento social coletivo. Logo, a participação da comunidade se faz muito importante, até porque a escola é influenciada pela cultura geral da sociedade. Porém, a relação da escola com o meio que esta inserida é mínima, no geral ela vai se restringir aos pais dos alunos indo a reuniões escolares. E isso é ruim porque a escola se destaca como tendo um forte papel na promoção da paz, ensinando e mostrando que existem diferenças, que há liberdades fundamentais e que tudo isso merece respeito. E nisso a comunidade teria muito a oferecer.
Uma forma de resolver esses problemas é o uso dos horários da matéria conhecida com PI (Projeto Interdisciplinar) ou PD para o desenvolvimento de novas atividades. Esta matéria é uma complementação da grade horária, que com as outras matérias formais já estabelecidas ainda teria dois horários vagos. Em tese, como o nome indica, seriam projetos mais amplos que não estariam presos a uma matéria. Mas o que acontece em muitas escolas é os professores escolhidos continuarem dando a mesma matéria, por exemplo, o professor de matemática continua dando suas aulas de matemática. O que poderia ser feito é esses horários serem destinados a atividades como aulas de redação, aulas básicas de Direito para que os alunos tenha conhecimento dos seus direitos e deveres amparados por lei, aulas de outros idiomas, aula de cultura brasileira etc.
Outra forma é haver essas mesmas atividades nos horários extra aula. E abrir a escola para a comunidade e incentivar sua participação. Uma pessoa que vive as redondezas da escola, ou ate mesmo um aluno, pode ensinar técnicas de desenho, ou ensinar sobre jardinagem e assim criarem e cuidarem de um jardim ou uma horta, ou dar aula de música, ou ensinar sobre empreendimentos. Ou seja, basta que a pessoa tenha conhecimento sobre algo e se sinta valorizada para transmiti-lo.
Assim, a escola seria de melhor qualidade, ampliaria a formação dada e também ampliaria sua relação com a comunidade. O que elevaria o sentimento de importância que as pessoas dão a escola e a vontade de participação. Além disso, essas medidas que inovariam, com o tempo, formariam cidadãos mais participativos, com mais senso de responsabilidade e direitos e deveres e, por consequência, melhores.  

Bibliografia: 

PENIN, Sonia T. Sousa; VIEIRA, Sofia Lerche. Refletindo sobre a função social da escola. In: VIEIRA, Sofia Lerche (org.) Gestão da Escola. Desafios a enfrentar. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. (Biblioteca ANPAE) p. 13 a 45.  -CF/88 - arts. 205 e 206 e da LDB/96 - arts. 1º a 3º e 12 .                                                                                                                                                                                                                                        

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