A FUNÇÃO DA ESCOLA
Larissa Teixeira Soares
A escola é um ambiente de
formação pelo qual, pelo menos em teoria, todas as pessoas passam. Logo, ela
tem uma responsabilidade e uma importância muito grande. Além disso, o fato das
pessoas passarem um tempo significativo de suas vidas em uma saga de formação
nos remete que a escola é um ambiente de qualidade, tanto no seu espaço físico
quanto na esfera intelectual. Contudo, sabemos que a realidade é outra. A
escola pública brasileira enfrenta vários problemas em ambas as esferas. Dentre
eles, temos a relação com a comunidade que é bastante fraca e a maneira como o
conhecimento é transmitido.
A finalidade da escola é
estabelecida pela Constituição brasileira de 1988 e reforçada pelo LDB. Em
suma, a finalidade da educação escolar é o pleno desenvolvimento da pessoa, ou
seja, não apenas a transmissão de conteúdos pragmáticos, mas também uma
formação cidadã. O que sabemos que não acontece. A escola atual se fecha em uma
grande curricular extensa, na qual deixa de lado temas de importância social e
de interesse dos jovens e foca nos conteúdos pragmáticos que são transmitidos
de forma desinteressante.
A educação é um
empreendimento social coletivo. Logo, a participação da comunidade se faz muito
importante, até porque a escola é influenciada pela cultura geral da sociedade.
Porém, a relação da escola com o meio que esta inserida é mínima, no geral ela
vai se restringir aos pais dos alunos indo a reuniões escolares. E isso é ruim
porque a escola se destaca como tendo um forte papel na promoção da paz,
ensinando e mostrando que existem diferenças, que há liberdades fundamentais e
que tudo isso merece respeito. E nisso a comunidade teria muito a oferecer.
Uma forma de resolver esses
problemas é o uso dos horários da matéria conhecida com PI (Projeto
Interdisciplinar) ou PD para o desenvolvimento de novas atividades. Esta
matéria é uma complementação da grade horária, que com as outras matérias
formais já estabelecidas ainda teria dois horários vagos. Em tese, como o nome
indica, seriam projetos mais amplos que não estariam presos a uma matéria. Mas o
que acontece em muitas escolas é os professores escolhidos continuarem dando a
mesma matéria, por exemplo, o professor de matemática continua dando suas aulas
de matemática. O que poderia ser feito é esses horários serem destinados a
atividades como aulas de redação, aulas básicas de Direito para que os alunos
tenha conhecimento dos seus direitos e deveres amparados por lei, aulas de outros
idiomas, aula de cultura brasileira etc.
Outra forma é haver essas
mesmas atividades nos horários extra aula. E abrir a escola para a comunidade e
incentivar sua participação. Uma pessoa que vive as redondezas da escola, ou
ate mesmo um aluno, pode ensinar técnicas de desenho, ou ensinar sobre
jardinagem e assim criarem e cuidarem de um jardim ou uma horta, ou dar aula de
música, ou ensinar sobre empreendimentos. Ou seja, basta que a pessoa tenha
conhecimento sobre algo e se sinta valorizada para transmiti-lo.
Assim, a escola seria de
melhor qualidade, ampliaria a formação dada e também ampliaria sua relação com
a comunidade. O que elevaria o sentimento de importância que as pessoas dão a
escola e a vontade de participação. Além disso, essas medidas que inovariam,
com o tempo, formariam cidadãos mais participativos, com mais senso de
responsabilidade e direitos e deveres e, por consequência, melhores.
Bibliografia:
PENIN, Sonia T. Sousa; VIEIRA, Sofia Lerche. Refletindo sobre a função
social da escola. In: VIEIRA, Sofia Lerche (org.) Gestão da Escola. Desafios a
enfrentar. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. (Biblioteca ANPAE) p. 13 a 45. -CF/88 - arts. 205 e 206 e da LDB/96 - arts.
1º a 3º e 12 .
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