terça-feira, 11 de junho de 2019



DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL OU ECONÔMICO? 
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                                                                                   Filipe Rodrigues Ferreira

A partir da década de 50, a industrialização que vinha ocorrendo  no Brasil produziam também, fluxos migratórios em direção ao centro-sul do país, populações estas advindas principalmente do Norte e Nordeste brasileiro; Naquela época, o sistema educacional do Brasil possuía uma enorme carência de ensino nestas regiões cujo não eram o foco de desenvolvimento industrial, visto que, naquele momento o foco tanto econômico quanto social-educacional estavam voltados para outras regiões brasileiras. Portanto, ao abordarmos sobre questões relacionadas à educação no Brasil, devemos antes de tudo observar tais fatos históricos, afinal, quando se fala de índices de alfabetização brasileira  é comum encontrarmos analfabetos (funcionais ou não) principalmente destas regiões, pois são populações que partiram de suas cidades -consequentemente deixaram a escola- em busca de melhores condições de vida, visto que, foram principalmente motivados por questões financeiras; A segregação no educacional no Brasil está relacionada às condições econômicas; desde o período colonial é pregado o bem-estar dos ricos em detrimento dos pobres. A distância espacial era um meio de distinguir os moradores da Casa Grande e da Senzala. Porém, apesar de já existir a muito tempo, é no Capitalismo que a segregação ganha mais força (ARAÚJO, 2004) indo para além de questões sociais, abrangendo também, o campo educacional.
A educação escolar é um serviço público cuja base não é o dever da família, nem da iniciativa privada e nem mesmo do Estado. O dever do Estado, em matéria de educação escolar, impõe-se porque há o direito do estudante de aprender; por sua vez, como se coloca a ligação da educação escolar com a iniciativa privada, se aquela é serviço público e esta se rege pelo mercado e pela vontade individual? Além disso, no jogo da educação escolar, sempre esteve presente a visão de ela ser um serviço público e, portanto, afeita às tarefas próprias do Estado (CURY, 2006); Logo, a educação brasileira perpassa por diversas problemáticas segregativas de classe que atingem radicalmente todo um sistema histórico econômico e social, na medida em que introduz um sistema educacional privado de qualidade cujo abrange apenas aqueles que podem pagar, paralelo ao um sistema educacional público que tende à ser mais dificultado principalmente por questões de infraestrutura e acesso à escola, na medida em que ele se torna mais periférico.
O cenário educacional no brasil torna-se, portanto, um cenário econômico. Um ciclo é formado:
Faculdades públicas em sua maioria são frequentadas por alunos advindos de escolas particulares (devido à carência do sistema de cotas) à alternativas são programas de financiamento tais como FIES e PROUNI introduzidos para ingresso em faculdades particulares.
Em uma breve análise do sistema educacional brasileiro, é fácil notar como este desenvolveu-se de maneira à condicionar também o funcionamento de todo um sistema econômico; se colocarmos o contexto em ampla escala, veremos que dificilmente os melhores cargos existentes no mercado de trabalho são ocupados por pessoas que ‘’ascenderam’’ na vida; o mito da meritocracia; É difícil pensar na ‘’educação que queremos’’  quando se há uma política imposta pelo próprio Estado de não-desenvolvimento prioritário no setor educacional (PEC 55); Em meio à este sistema segregativo que vivemos, o papel do professor torna-se muito mais do que apenas manifestar o conteúdo cientifico da matéria ensinada, é mais que necessário desenvolver ‘’seres socialmente pensantes’’, no que se refere à conscientização principalmente social do aluno, para que futuramente as próximas gerações (pós-PEC 55) venham à desenvolver um papel crítico fundamental na luta por melhores condições de desenvolvimento educacional, e não pensar a educação como mercadoria econômica.
Esta questão econômica torna-se ponto principal desta analise porém, para além desta, ainda há problemáticas que envolvem questões POLÍTICAS e RELIGIOSAS, cujo um país que se diz regido por uma democracia, tais questões deveriam inexistir.

REFERÊNCIAS: 

- ARAÚJO, Marivânia Conceição. “O bairro Santa Felicidade por ele mesmo, espaço urbano e formas de representações sociais, em Maringá, Paraná”. 1.ed., Araraquara: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA, 2004.
- CURY, Carlos Roberto Jamil. A educação escolar no Brasil: o público e o privado.  2006


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