DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL OU ECONÔMICO?
Filipe Rodrigues Ferreira
A
partir da década de 50, a industrialização que vinha ocorrendo no Brasil produziam também, fluxos migratórios
em direção ao centro-sul do país, populações estas advindas principalmente do
Norte e Nordeste brasileiro; Naquela época, o sistema educacional do Brasil
possuía uma enorme carência de ensino nestas regiões cujo não eram o foco de
desenvolvimento industrial, visto que, naquele momento o foco tanto econômico
quanto social-educacional estavam voltados para outras regiões brasileiras.
Portanto, ao abordarmos sobre questões relacionadas à educação no Brasil,
devemos antes de tudo observar tais fatos históricos, afinal, quando se fala de
índices de alfabetização brasileira é
comum encontrarmos analfabetos (funcionais ou não) principalmente destas
regiões, pois são populações que partiram de suas cidades -consequentemente
deixaram a escola- em busca de melhores condições de vida, visto que, foram
principalmente motivados por questões financeiras; A segregação no educacional
no Brasil está relacionada às condições econômicas; desde o período colonial é
pregado o bem-estar dos ricos em detrimento dos pobres. A distância espacial
era um meio de distinguir os moradores da Casa Grande e da Senzala. Porém,
apesar de já existir a muito tempo, é no Capitalismo que a segregação ganha mais
força (ARAÚJO, 2004) indo para além de questões sociais, abrangendo também, o
campo educacional.
A
educação escolar é um serviço público cuja base não é o dever da família, nem
da iniciativa privada e nem mesmo do Estado. O dever do Estado, em matéria de
educação escolar, impõe-se porque há o direito do estudante de aprender; por
sua vez, como se coloca a ligação da educação escolar com a iniciativa privada,
se aquela é serviço público e esta se rege pelo mercado e pela vontade
individual? Além disso, no jogo da educação escolar, sempre esteve presente a
visão de ela ser um serviço público e, portanto, afeita às tarefas próprias do
Estado (CURY, 2006); Logo, a educação brasileira perpassa por diversas
problemáticas segregativas de classe que atingem radicalmente todo um sistema
histórico econômico e social, na medida em que introduz um sistema educacional
privado de qualidade cujo abrange apenas aqueles que podem pagar, paralelo ao
um sistema educacional público que tende à ser mais dificultado principalmente
por questões de infraestrutura e acesso à escola, na medida em que ele se torna
mais periférico.
O
cenário educacional no brasil torna-se, portanto, um cenário econômico. Um
ciclo é formado:
Faculdades
públicas em sua maioria são frequentadas por alunos advindos de escolas
particulares (devido à carência do sistema de cotas) à
alternativas são programas de financiamento tais como FIES e PROUNI introduzidos
para ingresso em faculdades particulares.
Em
uma breve análise do sistema educacional brasileiro, é fácil notar como este
desenvolveu-se de maneira à condicionar também o funcionamento de todo um
sistema econômico; se colocarmos o contexto em ampla escala, veremos que
dificilmente os melhores cargos existentes no mercado de trabalho são ocupados
por pessoas que ‘’ascenderam’’ na vida; o mito da meritocracia; É difícil
pensar na ‘’educação que queremos’’ quando
se há uma política imposta pelo próprio Estado de não-desenvolvimento
prioritário no setor educacional (PEC 55); Em meio à este sistema segregativo
que vivemos, o papel do professor torna-se muito mais do que apenas manifestar
o conteúdo cientifico da matéria ensinada, é mais que necessário desenvolver ‘’seres
socialmente pensantes’’, no que se refere à conscientização principalmente
social do aluno, para que futuramente as próximas gerações (pós-PEC 55) venham à
desenvolver um papel crítico fundamental na luta por melhores condições de
desenvolvimento educacional, e não pensar a educação como mercadoria econômica.
Esta
questão econômica torna-se ponto principal desta analise porém, para além desta,
ainda há problemáticas que envolvem questões POLÍTICAS e RELIGIOSAS, cujo um
país que se diz regido por uma democracia, tais questões deveriam inexistir.
REFERÊNCIAS:
- ARAÚJO, Marivânia Conceição. “O bairro Santa Felicidade por ele mesmo,
espaço urbano e formas de representações sociais, em Maringá, Paraná”. 1.ed.,
Araraquara: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA, 2004.
- CURY, Carlos Roberto Jamil. A educação escolar
no Brasil: o público e o privado. 2006
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