POR UMA NOVA FORMA DE ENSINAR
Vinícius Viana da Luz
Deparamos hoje com
uma escola pública onde os professores estão desmotivados, crianças sem vontade
de aprender, uma estrutura ineficiente para acolher as necessidades dos alunos
e uma pedagogia conteudista. O aluno é obrigado a memorizar palavras que não fazem
sentido a ele, a replicar seu “conhecimento” em forma escrita, a prova, e
receberá uma quantificação por essa memorização. Eis as perguntas: como
quantificar o conhecimento? É possível mesmo mensurar o conhecimento?
A partir dessa reflexão discutiremos uma nova forma de ensinar, onde o
conhecimento será mensurado com um sorriso e com prazer de descobrir o mundo.
Os alunos devem receber chaves que
auxiliem entender o espaço vivido. A pedagogia é a ferramenta dessa
transformação, sendo o educador, o aluno, a direção, a família e a comunidade
responsáveis por construir essa nova concepção de ensino.
Queremos uma escola que o ensinamento se dê através do ver e do
imaginar, com uma criação coletiva e vivência. Uma escola com oficinas teatrais
e musicais, onde a arte possa ser expressa sem repressão, uma escola onde os
alunos tenham momento de lazer, ensino, brincadeira e partilha. Uma escola que
os alunos, antes de tudo, sejam ensinados a conhecer o espaço escolar e
respeitar a convivência coletiva. E finalmente uma escola construída sob a
égide da crítica e debate social.
Para tanto, o primeiro passo é
reconhecer a ineficiência do sistema escolar vigente, algo que o Estado vê como
longínquo. Segundo, não se pode construir uma nova escola sem que os
profissionais de ensino estejam dispostos a colaborar. Professores necessitam
de formação e incentivo para liderar essa mudança. Este ponto seria crucial,
pois rompe uma pedagogia tradicional que centenas de professores defendem.
Terceiro, estamos no sistema capitalista e governamental em que a escola
pública depende de financiamento em todas as dimensões. O incentivo passa
também pela vontade do governo em investir em atividades acadêmicas e
comunitárias nas escolas, onde as crianças tenham uma estrutura confortável e
alimentação adequada.
Os fatores acima mencionados são essenciais na desestruturação da
pedagogia tradicional e base para construção de um novo modo de ensinar, pelo
simples motivo de garantir o bem-estar. A escola do novo ensinar é aquela em
que as famílias e a comunidade auxiliam o trabalho dos professores, que
participem das reuniões escolares e debatem propostas de melhoria. Em que
atividades, a exemplo da criação de uma horta comunitária ou uma ação de
limpeza do lixo das salas de aula, sejam atividades que gerem conhecimento e
contribuam com a sociedade.
Tudo isso faz parte do conhecimento, do
ensinar e do aprender. Essa interação é a base da nova pedagogia de ensino. A
escola poderá desfrutar de alunos
críticos, alegres, criativos e que mudam um pedaço do espaço que vivem, através
da ação, discussão e interação. Portanto, esse é o aprendizado que queremos e
podemos construir.
Referências bibliográficas
FREIRE,
Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013 [1970]
http://homes.dcc.ufba.br/~frieda/pedagogiadeprojetos/conteudos/a1p2.htm acesso:28/11/2018 às 14:36
http://homes.dcc.ufba.br/~frieda/pedagogiadeprojetos/conteudos/a1p2.htm acesso:28/11/2018 às 14:36
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