sábado, 1 de junho de 2019



POR UMA NOVA FORMA DE ENSINAR 

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                                                                                       Vinícius Viana da Luz 

      Deparamos hoje com uma escola pública onde os professores estão desmotivados, crianças sem vontade de aprender, uma estrutura ineficiente para acolher as necessidades dos alunos e uma pedagogia conteudista. O aluno é obrigado a memorizar palavras que não fazem sentido a ele, a replicar seu “conhecimento” em forma escrita, a prova, e receberá uma quantificação por essa memorização. Eis as perguntas: como quantificar o conhecimento? É possível mesmo mensurar o conhecimento?
      A partir dessa reflexão discutiremos uma nova forma de ensinar, onde o conhecimento será mensurado com um sorriso e com prazer de descobrir o mundo. Os alunos devem receber  chaves que auxiliem entender o espaço vivido. A pedagogia é a ferramenta dessa transformação, sendo o educador, o aluno, a direção, a família e a comunidade responsáveis por construir essa nova concepção de ensino.
      Queremos uma escola que o ensinamento se dê através do ver e do imaginar, com uma criação coletiva e vivência. Uma escola com oficinas teatrais e musicais, onde a arte possa ser expressa sem repressão, uma escola onde os alunos tenham momento de lazer, ensino, brincadeira e partilha. Uma escola que os alunos, antes de tudo, sejam ensinados a conhecer o espaço escolar e respeitar a convivência coletiva. E finalmente uma escola construída sob a égide da crítica e debate social.
       Para tanto, o primeiro passo é reconhecer a ineficiência do sistema escolar vigente, algo que o Estado vê como longínquo. Segundo, não se pode construir uma nova escola sem que os profissionais de ensino estejam dispostos a colaborar. Professores necessitam de formação e incentivo para liderar essa mudança. Este ponto seria crucial, pois rompe uma pedagogia tradicional que centenas de professores defendem. Terceiro, estamos no sistema capitalista e governamental em que a escola pública depende de financiamento em todas as dimensões. O incentivo passa também pela vontade do governo em investir em atividades acadêmicas e comunitárias nas escolas, onde as crianças tenham uma estrutura confortável e alimentação adequada.
      Os fatores acima mencionados são essenciais na desestruturação da pedagogia tradicional e base para construção de um novo modo de ensinar, pelo simples motivo de garantir o bem-estar. A escola do novo ensinar é aquela em que as famílias e a comunidade auxiliam o trabalho dos professores, que participem das reuniões escolares e debatem propostas de melhoria. Em que atividades, a exemplo da criação de uma horta comunitária ou uma ação de limpeza do lixo das salas de aula, sejam atividades que gerem conhecimento e contribuam com a sociedade.
       Tudo isso faz parte do conhecimento, do ensinar e do aprender. Essa interação é a base da nova pedagogia de ensino. A escola poderá  desfrutar de alunos críticos, alegres, criativos e que mudam um pedaço do espaço que vivem, através da ação, discussão e interação. Portanto, esse é o aprendizado que queremos e podemos construir.


Referências bibliográficas

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013 [1970]
http://homes.dcc.ufba.br/~frieda/pedagogiadeprojetos/conteudos/a1p2.htm acesso:28/11/2018 às 14:36

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