VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS
Júlia Oliveira de Assis
Infelizmente
no Brasil, tornou-se corriqueira as denúncias de violência
no ambiente escolar.. Isso se deve ao fato de o exterior da escola apresentar
inúmeros problemas- tráfico, roubo, falta de serviços públicos e o nível
socioeconômico- o que torna a escola uma vítima já que não tem responsabilidade
sobre esses. Como consequência, os alunos inseridos nessa realidade acabam
levando essas situações de risco para escola, transformando-a em um ambiente
inseguro para os professores e para os próprios alunos.
Com o intuito de sanar essas questões, uma nova
forma de gerir a escola pública começou a ser implementada, são as chamadas
Escolas Militarizadas as quais focam em uma disciplina rígida e no respeito a
hierarquia. Essas instituições são administradas pela Polícia Militar e propõem
reduzir a violência dentro e fora da escola por meio de um sistema baseado em
recompensas e punições, aplicação de valores com a disciplina “Educação Moral e
Cívica” e a criação de uma cidadania efetiva com respeito ao próximo e a ordem.
No entanto, a opinião dos alunos
não é muito ouvida nesse tipo de escola o que cria um ambiente repressor e sem
inovações. Em uma entrevista, uma aluna do terceiro ano do Colégio Estadual
Waldemar Mundim, localizado na periferia de Goiânia, relatou que os alunos
apenas continuam na escola por pressão dos pais e que não se tem "o
direito de pensar livremente. Não podemos fazer nada que desagrade aos
militares”.
Em contra partida, surgiram escolas
denominadas de Escolas Inovadoras que visam reduzir a violência com
medidas simples e democráticas. Esse conceito é utilizado no livro “Escolas Inovadoras:
Experiências bem-sucedidas em escolas públicas” para apresentar escolas que
realizam medidas efetivas no combate a
essa problemática como: festas, diálogo entre todos os participantes da
comunidade e da escola, uma maior valorização do aluno, respeito mútuo e uma
gestão democrática.
Além disso,
quando o aluno se sente pertencente a escola e valorizado ele mesmo vira o
agente da transformação sem precisar ser pressionado, ele começa a propor mudanças
e a incentivar os colegas a participarem também, como se fosse uma corrente do
bem que contagia toda a escola, criando um clima de paz e elevando a autoestima
de todos.
Nesse sentido, é perceptível
que investir em escolas inovadoras tem resultados mais positivos do que em
investir em equipamentos de segurança, câmeras e detectores de metal, porém
essas transformações requerem paciência e empenho de todos pois não acontecem
do dia para a noite.
Logo, as duas formas de combater a
violência escolar são efetivas contudo é preciso pensar se
vale a pena para sanar esse problema perder a liberdade individual enquanto que
existem caminhos alternativos que visam o mesmo resultado mas com medidas que
estimulam o respeito e a participação ativa de todos os envolvidos.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
Abramovay, M(2004). Escolas inovadoras: experiências
bem-sucedidas em escolas públicas. UNESCO, Ministério da Educação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário