sábado, 1 de junho de 2019

VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS 

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Júlia Oliveira de Assis 

               Infelizmente no Brasil, tornou-se corriqueira as denúncias de violência no ambiente escolar.. Isso se deve ao fato de o exterior da escola apresentar inúmeros problemas- tráfico, roubo, falta de serviços públicos e o nível socioeconômico- o que torna a escola uma vítima já que não tem responsabilidade sobre esses. Como consequência, os alunos inseridos nessa realidade acabam levando essas situações de risco para escola, transformando-a em um ambiente inseguro para os professores e para os próprios alunos.
            Com o intuito de sanar essas questões, uma nova forma de gerir a escola pública começou a ser implementada, são as chamadas Escolas Militarizadas as quais focam em uma disciplina rígida e no respeito a hierarquia. Essas instituições são administradas pela Polícia Militar e propõem reduzir a violência dentro e fora da escola por meio de um sistema baseado em recompensas e punições, aplicação de valores com a disciplina “Educação Moral e Cívica” e a criação de uma cidadania efetiva com respeito ao próximo e a ordem.
            No entanto, a opinião dos alunos não é muito ouvida nesse tipo de escola o que cria um ambiente repressor e sem inovações. Em uma entrevista, uma aluna do terceiro ano do Colégio Estadual Waldemar Mundim, localizado na periferia de Goiânia, relatou que os alunos apenas continuam na escola por pressão dos pais e que não se tem "o direito de pensar livremente. Não podemos fazer nada que desagrade aos militares”.
            Em contra partida, surgiram escolas denominadas de Escolas Inovadoras que visam reduzir a violência com medidas simples e democráticas. Esse conceito é utilizado no livro “Escolas Inovadoras: Experiências bem-sucedidas em escolas públicas” para apresentar escolas que realizam  medidas efetivas no combate a essa problemática como: festas, diálogo entre todos os participantes da comunidade e da escola, uma maior valorização do aluno, respeito mútuo e uma gestão democrática.
            Além disso, quando o aluno se sente pertencente a escola e valorizado ele mesmo vira o agente da transformação sem precisar ser pressionado, ele começa a propor mudanças e a incentivar os colegas a participarem também, como se fosse uma corrente do bem que contagia toda a escola, criando um clima de paz e elevando a autoestima de todos.
            Nesse sentido, é perceptível que investir em escolas inovadoras tem resultados mais positivos do que em investir em equipamentos de segurança, câmeras e detectores de metal, porém essas transformações requerem paciência e empenho de todos pois não acontecem do dia para a noite.
            Logo, as duas formas de combater a violência escolar são efetivas contudo é preciso pensar se vale a pena para sanar esse problema perder a liberdade individual enquanto que existem caminhos alternativos que visam o mesmo resultado mas com medidas que estimulam o respeito e a participação ativa de todos os envolvidos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
     Abramovay, M(2004). Escolas inovadoras: experiências bem-sucedidas em escolas públicas. UNESCO, Ministério da Educação.

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