segunda-feira, 3 de junho de 2019

A VALORIZAÇÃO DA COMUNIDADE ESCOLAR COMO  FERRAMENTA PARA TRANSFORMAR A EDUCAÇÃO BRASILEIRA 

Resultado de imagem para EDUCAÇÃO
                                                                           Adriana Oliveira da Luz Portela 

Não é por falta de lei que a educação no Brasil se encontra como estar – um abismo sem fim - onde o fracasso escolar se perpetua. Temos a Constituição Federal de 1988 que garante o direito à educação e com qualidade, além de inúmeras leis (LDB, LDBM, PNE, ECA...); decretos; acordos internacionais; dentre outros reforçando esse direito. Tão pouco por falta de verba, pois o Brasil gasta aproximadamente 6% do PIB em educação.
A cada troca de governo há uma reformulação da educação seja ela orçamentária ou de reestruturação do ensino. Cada governo querendo deixar sua marca, como por exemplo escola sem partido, mas na prática a educação continua engessada em uma barreira: a desvalorização da comunidade escolar.
Pensar em educação levando em consideração apenas o interesse político sem considerar a realidade social apenas contribui para a desigualdade social, pois ao garantir uma vaga na escola, não necessariamente atende ao direito a uma educação de qualidade, muitas são as precariedades das escolas, algumas delas se quer têm a merenda escolar, onde para muitos alunos é a sua principal refeição.
É necessário pensar em educação na base, base essa que começa com o direito à moradia, à alimentação, à saúde, à educação, ao trabalho, ao lazer, à educação, entre outros, visto que sem esses direitos atendidos poucos são os alunos que permanecerão na escola, pois não há como competir com os mais favorecidos.
Há também a desvalorização dos professores, sendo obrigados a seguir uma ideologia política aquém da realidade social, pois ao tentar fugir disso geralmente são afugentados por aqueles que estão engessados em uma educação baseadas em desigualdades sociais.
Valorizar o professor é dar condições adequadas de trabalho, onde se sinta seguro e confiante em sua função, mas para os governantes isso não é interessante, pois formação de bons profissionais resulta em bons alunos, bons alunos resulta em conhecer e lutar por seus direitos, lutar por seus direitos resulta em não aceitar uma realidade educacional voltada em desigualdades.
A escola tem, portanto, um papel fundamental na formação dos educandos, onde o aluno deveria ser estimulado a ser um ser pensante e crítico, onde deveria ocorrer a valorização da experiência cotidiana como fonte de conhecimento e de transformação, mas para isso é necessário não só tornar realidade todas as legislações vigentes sobre educação, que na teoria seria o ideal, bem como investir na formação de seus docentes, pois a escola é um espaço privilegiado para pensar, e assim trazer as mudanças desejáveis para uma sociedade justa e igualitária.

Referências: 
BRASIL. Constituição Federal de 1988. Promulgada em 5 de outubro de 1988. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>.
FREIRE, Paulo. Ação Cultural para a Liberdade: e outros escritos. 6 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.
Conscientização: Teoria e pratica da libertacao: Uma introducao ao pensamento de Paulo Freire. 3a ed.; Sao Paulo: Centauro, 2006.
 Educação e mudança. 30a ed.; Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2007.
FREIRE, P. & SHOR, Ira. Medo e ousadia: o cotidiano do professor. 11 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2006.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A CULTURA NA EDUCAÇÃO: CONSTRUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA IDENTIDADE                                                                    ...