A VALORIZAÇÃO DA COMUNIDADE ESCOLAR COMO FERRAMENTA PARA TRANSFORMAR A EDUCAÇÃO BRASILEIRA
Adriana Oliveira da Luz Portela
Não é por falta de lei que a educação no Brasil
se encontra como estar – um abismo sem fim - onde o fracasso escolar se
perpetua. Temos a Constituição Federal de 1988 que garante o direito à educação
e com qualidade, além de inúmeras leis (LDB, LDBM, PNE, ECA...); decretos;
acordos internacionais; dentre outros reforçando esse direito. Tão pouco por
falta de verba, pois o Brasil gasta aproximadamente 6% do PIB em educação.
A cada troca de governo há uma reformulação da
educação seja ela orçamentária ou de reestruturação do ensino. Cada governo
querendo deixar sua marca, como por exemplo escola sem partido, mas na prática
a educação continua engessada em uma barreira: a desvalorização da comunidade
escolar.
Pensar em educação levando em consideração apenas
o interesse político sem considerar a realidade social apenas contribui para a
desigualdade social, pois ao garantir uma vaga na escola, não necessariamente
atende ao direito a uma educação de qualidade, muitas são as precariedades das
escolas, algumas delas se quer têm a merenda escolar, onde para muitos alunos é
a sua principal refeição.
É necessário pensar em educação na base, base
essa que começa com o direito à moradia, à alimentação, à saúde, à educação, ao
trabalho, ao lazer, à educação, entre outros, visto que sem esses direitos
atendidos poucos são os alunos que permanecerão na escola, pois não há como
competir com os mais favorecidos.
Há também a desvalorização dos professores, sendo
obrigados a seguir uma ideologia política aquém da realidade social, pois ao
tentar fugir disso geralmente são afugentados por aqueles que estão engessados
em uma educação baseadas em desigualdades sociais.
Valorizar o professor é dar condições adequadas
de trabalho, onde se sinta seguro e confiante em sua função, mas para os
governantes isso não é interessante, pois formação de bons profissionais
resulta em bons alunos, bons alunos resulta em conhecer e lutar por seus
direitos, lutar por seus direitos resulta em não aceitar uma realidade educacional
voltada em desigualdades.
A escola tem, portanto, um papel fundamental na
formação dos educandos, onde o aluno deveria ser estimulado a ser um ser
pensante e crítico, onde deveria ocorrer a valorização da experiência cotidiana
como fonte de conhecimento e de transformação, mas para isso é necessário não
só tornar realidade todas as legislações vigentes sobre educação, que na teoria
seria o ideal, bem como investir na formação de seus docentes, pois a escola é
um espaço privilegiado para pensar, e assim trazer as mudanças desejáveis para
uma sociedade justa e igualitária.
Referências:
BRASIL. Constituição Federal de 1988. Promulgada
em 5 de outubro de 1988. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>.
FREIRE, Paulo. Ação Cultural para a Liberdade: e
outros escritos. 6 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.
Conscientização: Teoria e pratica da
libertacao: Uma introducao ao pensamento de Paulo Freire. 3a ed.; Sao Paulo:
Centauro, 2006.
Educação e mudança. 30a ed.; Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 2007.
FREIRE, P. & SHOR, Ira. Medo e ousadia: o
cotidiano do professor. 11 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2006.
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