A VIOLÊNCIA PERSISTE NAS ESCOLAS
Sandy F.G.dos Santos
Com o simples ato de jogar a frase
“violência nas escolas” na internet, vemos uma série de casos que vão desde o
bullying até mesmo ao assassinato, mas aparentemente, coisas como essas já não
estão na lista de prioridades do governo, já que, cada vez mais recorrentes,
casos como esses recebem somente soluções “tapa-buracos”, ou seja, eles
encobrem a questão, mas na próxima chuva ele já está mais uma vez aparente.
Esse problema já
atravessa há décadas o nosso cotidiano, seja ele feito contra professores,
alunos servidores ou, até mesmo, do próprio governo com cada vez mais descaso.
Como visto no caso da escola João Pessoa (GO), o governo apostou na
militarização para combater o problema, uma medida considerada extrema que não
ataca efetivamente o mal da violência, mas limita-se a resolvê-lo em somente um
local.
Como dito pelo então
diretor do colégio, capitão Francisco dos Santos Silva, ao ensinar princípios
básicos de hierarquia e disciplina a escola conseguiu acabar com casos de
violência, pois, como também dito por ele, o individuo ao sair de um contexto
de violência, deixa de ser violento, assim se adaptando ao meio em que está
inserido, mas, o questionamento que deve ser levantado é: Se o problema da
violência pode ser combatido de forma tão simples, por que a necessidade de
acionar a policia militar para resolvê-lo? Coisas como hierarquia e disciplina
podem ser ensinados facilmente através de aulas de capoeira e canto, podemos
ainda adicionar a persistência através do artesanato.
Ao acessarmos o PNE
(Plano Nacional de Educação), encontramos diversas metas a respeito da educação
que vão desde a mudança nas estruturas físicas das escolas até a formação de
professores, mas, pouquíssimas envolvendo projetos culturais, o que deve ser
enfatizado principalmente quando falamos sobre pessoas com algum tipo de
deficiência. Com um total de dezenove metas para a educação especial, oito
delas não realizadas e dez em andamento sem uma fiscalização direta, vemos que
nenhuma delas dá qualquer atenção quando se diz respeito a inclusão e, com
isso, temos exatamente o reflexo da nossa educação.
Ser professor nos dias
atuais é como estar na linha de frente de uma batalha onde a única arma são as
palavras e a real vontade de gerar a transformação, por isso, é necessário que
a profissão passe a ser valorizada e não hostilizada. Não precisamos de mais
palestras em escolas, precisamos que aqueles que já estão inseridos no contexto
e que sabem das reais necessidades do meio tenham suporte para gerar mudanças.
Mudanças essas que não necessariamente precisam de alguma verba, mas da
colaboração de pais e da própria escola.
Pode-se dizer que só
teremos mudanças efetivas quando deixarmos de ver a educação como mercadoria e
passarmos a vê-la efetivamente como formadora de cidadãos. Se pudéssemos
enxergar a educação como exatamente ela é a reação que ela teria em nós seria
incrivelmente maior que qualquer poesia ou filme cheio de explosões visto em
uma tela 3D. Ela traria em nós inspiração, desejo de transformação e inovação,
não a simples vontade de preencher requisitos para agradar órgãos exteriores
como o PISA.
“A educação é um ato de amor, por isso, um ato
de coragem. Não pode temer o debate. A análise da realidade. Não pode fugir à
discussão criadora, sob pena de ser uma farsa.” (Paulo Freire)
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