sábado, 1 de junho de 2019


A VIOLÊNCIA PERSISTE NAS ESCOLAS

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                                                                                            Sandy F.G.dos Santos 

Com o simples ato de jogar a frase “violência nas escolas” na internet, vemos uma série de casos que vão desde o bullying até mesmo ao assassinato, mas aparentemente, coisas como essas já não estão na lista de prioridades do governo, já que, cada vez mais recorrentes, casos como esses recebem somente soluções “tapa-buracos”, ou seja, eles encobrem a questão, mas na próxima chuva ele já está mais uma vez aparente.
Esse problema já atravessa há décadas o nosso cotidiano, seja ele feito contra professores, alunos servidores ou, até mesmo, do próprio governo com cada vez mais descaso. Como visto no caso da escola João Pessoa (GO), o governo apostou na militarização para combater o problema, uma medida considerada extrema que não ataca efetivamente o mal da violência, mas limita-se a resolvê-lo em somente um local.
Como dito pelo então diretor do colégio, capitão Francisco dos Santos Silva, ao ensinar princípios básicos de hierarquia e disciplina a escola conseguiu acabar com casos de violência, pois, como também dito por ele, o individuo ao sair de um contexto de violência, deixa de ser violento, assim se adaptando ao meio em que está inserido, mas, o questionamento que deve ser levantado é: Se o problema da violência pode ser combatido de forma tão simples, por que a necessidade de acionar a policia militar para resolvê-lo? Coisas como hierarquia e disciplina podem ser ensinados facilmente através de aulas de capoeira e canto, podemos ainda adicionar a persistência através do artesanato.
Ao acessarmos o PNE (Plano Nacional de Educação), encontramos diversas metas a respeito da educação que vão desde a mudança nas estruturas físicas das escolas até a formação de professores, mas, pouquíssimas envolvendo projetos culturais, o que deve ser enfatizado principalmente quando falamos sobre pessoas com algum tipo de deficiência. Com um total de dezenove metas para a educação especial, oito delas não realizadas e dez em andamento sem uma fiscalização direta, vemos que nenhuma delas dá qualquer atenção quando se diz respeito a inclusão e, com isso, temos exatamente o reflexo da nossa educação.
Ser professor nos dias atuais é como estar na linha de frente de uma batalha onde a única arma são as palavras e a real vontade de gerar a transformação, por isso, é necessário que a profissão passe a ser valorizada e não hostilizada. Não precisamos de mais palestras em escolas, precisamos que aqueles que já estão inseridos no contexto e que sabem das reais necessidades do meio tenham suporte para gerar mudanças. Mudanças essas que não necessariamente precisam de alguma verba, mas da colaboração de pais e da própria escola.
Pode-se dizer que só teremos mudanças efetivas quando deixarmos de ver a educação como mercadoria e passarmos a vê-la efetivamente como formadora de cidadãos. Se pudéssemos enxergar a educação como exatamente ela é a reação que ela teria em nós seria incrivelmente maior que qualquer poesia ou filme cheio de explosões visto em uma tela 3D. Ela traria em nós inspiração, desejo de transformação e inovação, não a simples vontade de preencher requisitos para agradar órgãos exteriores como o PISA.

 “A educação é um ato de amor, por isso, um ato de coragem. Não pode temer o debate. A análise da realidade. Não pode fugir à discussão criadora, sob pena de ser uma farsa.”  (Paulo Freire)

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