sábado, 1 de junho de 2019

A ESCOLA DA REALIDADE 

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                                                                                                Raquel da Costa Nascimento 

O que é a escola se não uma “instituição social, um órgão feliz e vivo, lugar de vivência da criança e adolescente”, juntamente com a comunidade onde está inserida, numa relação amigável e constante… ou o que deveria ser.
Atualmente 11,8 milhões de brasileiros com mais de 15 anos são analfabetos, e isso vem em decorrência da dificuldade de adaptação no local escolar, falta de vagas em escolas ou creches, ou na necessidade precoce de prover sua própria subsistência e de sua família. Pode se considerar o analfabetismo como um problema social, cultural e econômico, onde o direito das crianças e adolescentes são violados. É realidade andar em grandes centros urbanos e observar várias crianças, que deveriam estar na escola, vendendo bala para conseguir dinheiro.
Enquanto essas crianças e adolescentes estão fora das salas de aula, estão vivendo e socializando com o mundo real realizando atividades que envolvem os conteúdos que estaria aprendendo na escola. Crianças que são ótimas em fazer contas matemáticas ao vender doces no sinal e na escola não se adaptam àquele ensino arcaico que não atende à realidade vivida por ele e pelos seus colegas. Ou escolas inseridas em comunidades onde a ação do tráfico de drogas e armas é grande e as matérias de ciências humanas e exatas não se aplicam na vivência de nenhum aluno dali.
O sistema de ensino, com os mesmos livros didáticos utilizados em escolas de bairros com maior poder econômico e outros com baixo poder econômico, e sua maneira de ensinar deve mudar e se adequar a cada realidade. O modo em que uma criança residente do bairro nobre vai aprender sobre desigualdade social e comunidades, por exemplo, não é igual ao que a criança residente desses mesmo locais, com exemplos e conceituação muitas vezes preconceituosa dentro do material didático oferecido pela própria escola.
A escola atual deve parar de exercer a função de “escola do conhecimento para ricos e acolhimento para os pobres”. A prioridade e compromisso do Estado e das escolas devem ser com a formação de um cidadão pensante e que desenvolva habilidades para o bem comum da sociedade, elaborando pesquisas no ambiente escolar, trazendo interesse ao aluno com a prática e depois na sistematização desses conceitos trabalhados por ele. Além disso, medidas para a acessibilidade de vagas para todas as crianças às creches atenderia as necessidades de várias famílias que os responsáveis precisam trabalhar e não encontram vaga para deixar suas crianças, e, também, políticas de auxílio social para famílias que tem crianças trabalhando na rua para ajudar no sustento da casa. Assim, o Estado contribuiria para a defesa dos direitos desses sujeitos com o acesso ao esporte, lazer e cultura, com as medidas que sejam necessárias.

Referências Bibliográficas:
Brasil ainda tem 11,8 milhões de analfabetos, segundo IBGE. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/brasil-ainda-tem-118-milhoes-de-analfabetos-segundo-ibge-22211755>. Acesso em 30 de Novembro de 2018.
Câmara debate presença de crianças vendendo balas na rua. Disponível em: <https://tribunademinas.com.br/noticias/politica/28-11-2017/camara-debate-presenca-de-criancas-vendendo-balas-nas-ruas.html>. Acesso em 30 de Novembro de 2018.
PENIN, Sonia T. de Souza, VIEIRA, Sofia Lerche. Refletindo sobre a função social. Gestão da Escola.
Três tempos de uma educação precária. Disponível em: <http://www.betaredacao.com.br/tres-tempos-de-uma-educacao-precaria/>. Acesso em 30 de Novembro de 2018.

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