A ESCOLA DA REALIDADE
O
que é a escola se não uma “instituição social, um órgão feliz e vivo, lugar de
vivência da criança e adolescente”, juntamente com a comunidade onde está
inserida, numa relação amigável e constante… ou o que deveria ser.
Atualmente
11,8 milhões de brasileiros com mais de 15 anos são analfabetos, e isso vem em
decorrência da dificuldade de adaptação no local escolar, falta de vagas em
escolas ou creches, ou na necessidade precoce de prover sua própria
subsistência e de sua família. Pode se considerar o analfabetismo como um
problema social, cultural e econômico, onde o direito das crianças e
adolescentes são violados. É realidade andar em grandes centros urbanos e
observar várias crianças, que deveriam estar na escola, vendendo bala para
conseguir dinheiro.
Enquanto
essas crianças e adolescentes estão fora das salas de aula, estão vivendo e
socializando com o mundo real realizando atividades que envolvem os conteúdos
que estaria aprendendo na escola. Crianças que são ótimas em fazer contas
matemáticas ao vender doces no sinal e na escola não se adaptam àquele ensino
arcaico que não atende à realidade vivida por ele e pelos seus colegas. Ou
escolas inseridas em comunidades onde a ação do tráfico de drogas e armas é
grande e as matérias de ciências humanas e exatas não se aplicam na vivência de
nenhum aluno dali.
O
sistema de ensino, com os mesmos livros didáticos utilizados em escolas de
bairros com maior poder econômico e outros com baixo poder econômico, e sua
maneira de ensinar deve mudar e se adequar a cada realidade. O modo em que uma
criança residente do bairro nobre vai aprender sobre desigualdade social e
comunidades, por exemplo, não é igual ao que a criança residente desses mesmo
locais, com exemplos e conceituação muitas vezes preconceituosa dentro do
material didático oferecido pela própria escola.
A
escola atual deve parar de exercer a função de “escola do conhecimento para
ricos e acolhimento para os pobres”. A prioridade e compromisso do Estado e das
escolas devem ser com a formação de um cidadão pensante e que desenvolva
habilidades para o bem comum da sociedade, elaborando pesquisas no ambiente
escolar, trazendo interesse ao aluno com a prática e depois na sistematização
desses conceitos trabalhados por ele. Além disso, medidas para a acessibilidade
de vagas para todas as crianças às creches atenderia as necessidades de várias
famílias que os responsáveis precisam trabalhar e não encontram vaga para
deixar suas crianças, e, também, políticas de auxílio social para famílias que
tem crianças trabalhando na rua para ajudar no sustento da casa. Assim, o
Estado contribuiria para a defesa dos direitos desses sujeitos com o acesso ao
esporte, lazer e cultura, com as medidas que sejam necessárias.
Referências Bibliográficas:
Brasil ainda tem 11,8 milhões de
analfabetos, segundo IBGE. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/brasil-ainda-tem-118-milhoes-de-analfabetos-segundo-ibge-22211755>.
Acesso em 30 de Novembro de 2018.
Câmara debate presença de crianças
vendendo balas na rua. Disponível em: <https://tribunademinas.com.br/noticias/politica/28-11-2017/camara-debate-presenca-de-criancas-vendendo-balas-nas-ruas.html>.
Acesso em 30 de Novembro de 2018.
PENIN, Sonia T. de Souza, VIEIRA, Sofia
Lerche. Refletindo sobre a função social. Gestão da Escola.
Três tempos de uma educação precária.
Disponível
em: <http://www.betaredacao.com.br/tres-tempos-de-uma-educacao-precaria/>.
Acesso em 30 de Novembro de 2018.
Nenhum comentário:
Postar um comentário