A IMPORTÂNCIA DO PROFESSOR NA EDUCAÇÃO
Roberto Paniago Claudino
O professor é o agente
responsável por educar toda a próxima geração de um país inteiro. Seu trabalho
é talvez o mais importante, pois está nas mãos dele encaminhar futuros
políticos, médicos, policiais, etc. Porém, como é visto atualmente, seu papel
está sendo muito pouco valorizado, com péssimos salários e sua liberdade de expressão
em sala sendo tomada.
O professor é o portal do
aluno para não só o futuro profissional, como o futuro cidadão. Seu trabalho
vai além de ensinar as matérias como português, matemática e história. O
professor tem o papel de fazer novos cidadãos. Ele prepara uma geração inteira
para que ela um dia assuma o pais. Sem os professores, nenhum país pode se
desenvolver, pois ficaria estagnado, preso aos mesmos conceitos e valores, sem
poder passa-los.
Ser professor deveria ser
algo extremamente respeitado e valorizado pela sociedade, porém não é a
realidade do Brasil atualmente. De acordo com uma pesquisa feita pela Varkey
Foundation, dentre 35 países avaliados, o Brasil é o pais que mais desvaloriza
a profissão professor. A pesquisa mostra que o Brasileiro médio não tem
conhecimento do quanto um professor trabalha em média e de que a profissão é
comparada a bibliotecário.
Além de não serem
devidamente valorizados, os professores também possuem péssimas condições de
trabalho. Forçados a trabalhar muitas vezes em escolas sucateadas, sem preparo
para receber os alunos. Sem material e até sem comida suficiente, o professor
tem que se esforçar para conseguir fazer um bom trabalho. Também não possuem um
salário muito alto: com 99% recebendo em média 3,500 Reais (dados de um
levantamento do Inep em 2017). Com uma média de tempo de trabalho semanal de 47,7 horas semanais.
Vendo a
falta de valorização, salários medianos, ambiente de trabalho inadequado e
longos períodos de trabalho, o professor no Brasil ainda deve ter sua liberdade
na sua própria sala retirada. O Programa Escola Sem Partido, recentemente
popularizado, é destinado à extinção da “doutrinação ideológica” em sala.
Defendendo que o professor não deve expor sua própria opinião e crítica em sala
de aula, a fim de não doutrinar os alunos (site: https://www.programaescolasempartido.org/). Porém fica obvio que é uma forma de censura
de qualquer ensino que não seja pertinente a aqueles que defendem o projeto.
Temas como identidade de gênero e educação sexual, que já deveriam ser
apresentados e discutidos na sala de aula são constantemente repudiados e a
liberdade e autoridade dentro de sala do professor é mais ainda reduzida.
Todos
esses fatores culminam em um dado do levantamento feito pela
Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede), que com base
nos dados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) de 2015, mostra
que apenas 3,3% dos estudantes brasileiros de 15 anos querem ser professores.
Quando se trata daqueles que querem ser professores em escolas, na educação
básica, esse percentual cai para 2,4% (Http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2018-10/apenas-33-dos-estudantes-brasileiros-querem-ser-professores).
Esse dado mostra uma rejeição à profissão.
Ser
professor deveria significar ser um ídolo, um símbolo o qual os alunos poderiam
se espelhar. Em países desenvolvidos, como a Alemanha, o professor é muito
valorizado e muito admirado. O professor deve ser respeitado como uma
autoridade dentro e fora de aula, deve ter voz, pois se algo de errado afeta os
professores, toda uma futura geração também será afetada. Até que seu papel não
seja reconhecido, o sistema educacional brasileiro e as futuras gerações
continuarão sendo falhos e cometendo os mesmos erros.
Diante
do que foi exposto, até que o a profissão professor tenha o seu devido valor,
um ambiente de trabalho preparado, um salário muito maior que o atual e o
respeito merecido, as próximas gerações serão incompletas, como profissionais e
como cidadãos, e cada vez mais a profissão será rejeitada e desvalorizada.
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