domingo, 2 de junho de 2019

OS DESAFIOS ENFRENTADOS PELA EDUCAÇÃO BRASILEIRA NO CENÁRIO ATUAL E AS PERSPECTIVAS DE UM SISTEMA EDUCACIONAL COMUM

Resultado de imagem para educação
                                                                                     Mateus Sgambato Lima 


A educação que presenciamos atualmente no nosso país, é símbolo da incompetência e ineficiência do Estado, sob o aspecto do direito público subjetivo pelas quais permeia como todo o cidadão o direito a educação.  Embora a educação no Brasil tem sido bastante ampliada nos últimos anos, atendendo de forma homogênea, todas as classes sociais que outrora não usufruía desse precioso direito previsto na Constituição Federal no seu Art. 205 “A educação é direito de todos e dever do estado e da família.”.  Mais por outro lado apresenta ainda preocupantes alguns índices da nossa educação. Mas, a educação que, no final de contas, se resume logicamente numa reforma social, não pode, ao menos em grande proporção, realizar-se senão pela ação extensa e intensiva da escola sobre o indivíduo e deste sobre si mesmo nem produzir-se, do ponto de vista das influências exteriores, senão por uma evolução contínua, favorecida e estimulada por todas as forças organizadas de cultura e de educação. [1][...] É preciso, porém, atacar essa obra, por um plano integral, para que ela não se arrisque um dia a ficar no estado fragmentário, semelhante a essas muralhas pelágicas, inacabadas, cujos blocos enormes, esparsos ao longe sobre o solo, testemunham gigantes que os levantaram, e que a morte surpreendeu antes do cortamento de seus esforços (AZEVEDO ET AL, 2008). [2]“A concepção bancária de educação, fortemente arraigada na educação brasileira, não consegue fomentar o pensamento crítico, porque nela predomina o discurso e a prática, o sujeito da educação é o professor, e os educandos são receptáculos se meras comunicações, que recebem, memorizam e repetem. É uma prática informativa, totalmente verbalista, dirigida para a transmissão e avaliação de conhecimentos abstratos, cujo saber é fornecido em hierarquia linear e autoritária: somente o educador sabe. Uma rigidez que nega a educação e o conhecimento como processo de busca, pois o educando meramente adquire uma falsa pressuposição de um mundo harmonioso, no qual não há contradições” (Cf. FREIRE, 1987). [3]“Somente uma escola centrada democraticamente no seu educando e na sua comunidade local, vivendo as suas circunstâncias, integrada com os problemas, levará os seus estudantes a uma nova postura diante dos problemas de contexto. À intimidade com eles. A pesquisa em vez de mera, perigosa e enfadonha repetição de trechos e de afirmações desconectadas das suas condições mesmas de vida” (FREIRE, 2003, p. 85). No seu mais recente livro, Claudio de Moura Castro, conhecido de acirradas polêmicas entre os educadores e intelectual dedicado a educação, afirma que o peso da educação tende a crescer, pois a complexidade do processo produtivo exige uma força de trabalho mais bem preparada. [4]“Assim, como a tecnologia evolui rápida e permanentemente, a capacidade e a velocidade de adaptação das pessoas depende do seu nível de escolaridade. Se a tecnologia e as máquinas evoluem o tempo todo, só quem estudou mais consegue aprender o novo num ritmo aceitável”, explica. O autor nos traz alguns de seus pontos de vista em relação a questão da baixa qualidade da educação brasileira. Entre eles, resumimos:
As maiores deficiências estão nos anos iniciais de escolaridade. É preciso insistir, a prioridade nacional deveria ser melhorar a escola básica. Em matéria de Educação Básica pertencemos ao grupo de países atrasados do Terceiro Mundo (até recentemente éramos piores do que Bolívia, Equador e Paraguai).  As provas mostram que 54% dos alunos não foram plenamente alfabetizados. Ou seja, ao cabo de cinco, mais da metade dos alunos não aprendeu a ler. Como a leitura é a principal ferramenta da escola, metade dos alunos não tem o instrumento de que precisaria para ser educado (dados do SAEB). Na média, o aluno brasileiro tem a mesma capacidade de leitura que um europeu com quatro anos a menos de escolaridade (PISA). A boa notícia é que temos um sistema sofisticado e abrangente para avaliar alunos e instituições, em todos os níveis. Temos as ferramentas para sabermos onde estamos: o Saeb, a Prova Brasil, o Ideb e o Enem. São parentes muito próximos daqueles utilizados no mundo inteiro e preparados nos países de melhor educação. “Educação é um assunto de política, pois reflete prioridades da sociedade e compete com outros gastos públicos. A atenção que a Educação irá receber depende da importância que os eleitores dão a ela. Até agora a matricula tem sido a grande prioridade, mas a qualidade ainda não é. Por essas razões, temos vagas, mas não temos qualidade. Hoje, demos um grande salto, pois a matricula entre sete e 10 anos foi universalizada. Contudo, a qualidade permanece lamentavelmente inadequada”, (CASTRO, Porto Alegre: Penso, 2014). Dessa forma, já concluindo, resoluções e ações podem ser executadas para melhor desempenho quanto a educação no nosso país, relativo a mudanças no nosso parâmetro que é a própria educação, tende-se primeiramente reconhecer a importância e seu papel tanto para a sociedade quanto ao âmbito escolar, que é do professor e a sua difícil missão enquanto educador e transmissor do conhecimento. Assim como políticas educacionais que foquem nas diretrizes da educação nacional, amparada nas essenciais medidas a serem tomadas, equivalente a educação básica, tão quanto superior, ou seja, focalizar no real problema da educação , que gira em torno da falta do interesse governamental e poucos investimentos na área , assim como nas políticas pedagógicas , e na gestão democráticas nas escolas, esta ultima só se encontra na teoria. Também ainda presente um modelo neoliberal que ainda persiste no âmbito escolar, que se afirma pelo discurso que a escola é meramente uma empresa, onde deve ser administrada. Esses são alguns dos parâmetros formadores para transformar a educação brasileira. Assim também a gestão democrática nas escolas, prevendo o pluralismo de ideias e opiniões para que se estabeleça o principio democrático, e que a Educação seja para o país projeto primordial de formação do cidadão e formador de opinião. E que haja um sistema educacional comum em toda federação mediante á propostas pedagógicas desenvolvidas pela própria escola em cooperação com os governos locais, de cada município.
Referências Bibliográficas
AZEVEDO,F. et al. Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova. http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb07a.htm acesso em 12/jun/08
CASTRO, Cláudio de M. Os tortuosos caminhos da educação brasileira: pontos de vista impopulares. Porto Alegre: Penso, 2014.
CUNHA, Luiz Antônio. A Universidade Reformanda: O golpe de 1964 e a modernização do ensino superior. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1988.
FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 10. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.


FREIRE, P. Educação e atualidade brasileira. 3. Ed. São Paulo: Cortez; Instituto Paulo Freire, 2003.


[1] AZEVEDO, F. et al. Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova.
[2]  FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 10. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987
[3] FREIRE, P. Educação e atualidade brasileira. 3. Ed. São Paulo: Cortez; Instituto Paulo Freire, 2003.
[4] CASTRO, Cláudio de M. Os tortuosos caminhos da educação brasileira: pontos de vista impopulares. Porto Alegre: Penso, 2014.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

A CULTURA NA EDUCAÇÃO: CONSTRUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA IDENTIDADE                                                                    ...