OS DESAFIOS ENFRENTADOS PELA EDUCAÇÃO BRASILEIRA NO CENÁRIO ATUAL E AS PERSPECTIVAS DE UM SISTEMA EDUCACIONAL COMUM
Mateus Sgambato Lima
A educação que presenciamos atualmente no nosso país, é
símbolo da incompetência e ineficiência do Estado, sob o aspecto do direito
público subjetivo pelas quais permeia como todo o cidadão o direito a educação.
Embora a
educação no Brasil tem sido bastante ampliada nos últimos anos, atendendo de
forma homogênea, todas as classes sociais que outrora não usufruía desse
precioso direito previsto na Constituição Federal no seu Art. 205 “A educação é
direito de todos e dever do estado e da família.”. Mais por outro lado apresenta ainda preocupantes
alguns índices da nossa educação. Mas, a educação que, no final
de contas, se resume logicamente numa reforma social, não pode, ao menos em
grande proporção, realizar-se senão pela ação extensa e intensiva da escola
sobre o indivíduo e deste sobre si mesmo nem produzir-se, do ponto de vista das
influências exteriores, senão por uma evolução contínua, favorecida e
estimulada por todas as forças organizadas de cultura e de educação. [1][...]
É preciso, porém, atacar essa obra, por um plano integral, para que ela não se
arrisque um dia a ficar no estado fragmentário, semelhante a essas muralhas
pelágicas, inacabadas, cujos blocos enormes, esparsos ao longe sobre o solo,
testemunham gigantes que os levantaram, e que a morte surpreendeu antes do
cortamento de seus esforços (AZEVEDO ET AL, 2008). [2]“A
concepção bancária de educação, fortemente arraigada na educação brasileira,
não consegue fomentar o pensamento crítico, porque nela predomina o discurso e
a prática, o sujeito da educação é o professor, e os educandos são receptáculos
se meras comunicações, que recebem, memorizam e repetem. É uma prática
informativa, totalmente verbalista, dirigida para a transmissão e avaliação de
conhecimentos abstratos, cujo saber é fornecido em hierarquia linear e
autoritária: somente o educador sabe. Uma rigidez que nega a educação e o
conhecimento como processo de busca, pois o educando meramente adquire uma
falsa pressuposição de um mundo harmonioso, no qual não há contradições” (Cf.
FREIRE, 1987). [3]“Somente
uma escola centrada democraticamente no seu educando e na sua comunidade local,
vivendo as suas circunstâncias, integrada com os problemas, levará os seus estudantes
a uma nova postura diante dos problemas de contexto. À intimidade com eles. A
pesquisa em vez de mera, perigosa e enfadonha repetição de trechos e de
afirmações desconectadas das suas condições mesmas de vida” (FREIRE, 2003, p.
85). No seu mais recente livro, Claudio de Moura Castro, conhecido de acirradas
polêmicas entre os educadores e intelectual dedicado a educação, afirma que o
peso da educação tende a crescer, pois a complexidade do processo produtivo
exige uma força de trabalho mais bem preparada. [4]“Assim,
como a tecnologia evolui rápida e permanentemente, a capacidade e a velocidade
de adaptação das pessoas depende do seu nível de escolaridade. Se a tecnologia
e as máquinas evoluem o tempo todo, só quem estudou mais consegue aprender o
novo num ritmo aceitável”, explica. O autor nos traz alguns de seus pontos de
vista em relação a questão da baixa qualidade da educação brasileira. Entre
eles, resumimos:
As maiores deficiências
estão nos anos iniciais de escolaridade. É preciso insistir, a prioridade
nacional deveria ser melhorar a escola básica. Em matéria de Educação Básica
pertencemos ao grupo de países atrasados do Terceiro Mundo (até recentemente
éramos piores do que Bolívia, Equador e Paraguai). As provas mostram que 54% dos alunos não
foram plenamente alfabetizados. Ou seja, ao cabo de cinco, mais da metade dos
alunos não aprendeu a ler. Como a leitura é a principal ferramenta da escola,
metade dos alunos não tem o instrumento de que precisaria para ser educado
(dados do SAEB). Na média, o aluno brasileiro tem a mesma capacidade de leitura
que um europeu com quatro anos a menos de escolaridade (PISA). A boa notícia é
que temos um sistema sofisticado e abrangente para avaliar alunos e
instituições, em todos os níveis. Temos as ferramentas para sabermos onde
estamos: o Saeb, a Prova Brasil, o Ideb e o Enem. São parentes muito próximos
daqueles utilizados no mundo inteiro e preparados nos países de melhor
educação. “Educação é um assunto de política, pois reflete prioridades da
sociedade e compete com outros gastos públicos. A atenção que a Educação irá
receber depende da importância que os eleitores dão a ela. Até agora a
matricula tem sido a grande prioridade, mas a qualidade ainda não é. Por essas
razões, temos vagas, mas não temos qualidade. Hoje, demos um grande salto, pois
a matricula entre sete e 10 anos foi universalizada. Contudo, a qualidade
permanece lamentavelmente inadequada”, (CASTRO, Porto Alegre: Penso, 2014).
Dessa forma, já concluindo, resoluções e ações podem ser executadas para melhor
desempenho quanto a educação no nosso país, relativo a mudanças no nosso
parâmetro que é a própria educação, tende-se primeiramente reconhecer a
importância e seu papel tanto para a sociedade quanto ao âmbito escolar, que é
do professor e a sua difícil missão enquanto educador e transmissor do
conhecimento. Assim como políticas educacionais que foquem nas diretrizes da
educação nacional, amparada nas essenciais medidas a serem tomadas, equivalente
a educação básica, tão quanto superior, ou seja, focalizar no real problema da
educação , que gira em torno da falta do interesse governamental e poucos
investimentos na área , assim como nas políticas pedagógicas , e na gestão
democráticas nas escolas, esta ultima só se encontra na teoria. Também ainda
presente um modelo neoliberal que ainda persiste no âmbito escolar, que se
afirma pelo discurso que a escola é meramente uma empresa, onde deve ser
administrada. Esses são alguns dos parâmetros formadores para transformar a
educação brasileira. Assim também a gestão democrática nas escolas, prevendo o
pluralismo de ideias e opiniões para que se estabeleça o principio democrático,
e que a Educação seja para o país projeto primordial de formação do cidadão e
formador de opinião. E que haja um sistema educacional comum em toda federação
mediante á propostas pedagógicas desenvolvidas pela própria escola em
cooperação com os governos locais, de cada município.
Referências Bibliográficas
AZEVEDO,F. et al. Manifesto dos
Pioneiros da Educação Nova. http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb07a.htm
acesso em 12/jun/08
CASTRO, Cláudio de M. Os tortuosos
caminhos da educação brasileira: pontos de vista impopulares. Porto Alegre:
Penso, 2014.
CUNHA, Luiz Antônio. A Universidade
Reformanda: O golpe de 1964 e a modernização do ensino superior. Rio de
Janeiro: Francisco Alves, 1988.
FREIRE,
P. Pedagogia do Oprimido. 10. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
FREIRE,
P. Educação e atualidade brasileira. 3. Ed. São Paulo: Cortez; Instituto Paulo
Freire, 2003.
[1]
AZEVEDO, F. et al. Manifesto dos Pioneiros da
Educação Nova.
[2] FREIRE,
P. Pedagogia do Oprimido. 10. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987
[3] FREIRE, P. Educação e atualidade
brasileira. 3. Ed. São Paulo: Cortez; Instituto Paulo Freire, 2003.
[4] CASTRO, Cláudio de M. Os tortuosos caminhos da
educação brasileira: pontos de vista impopulares. Porto Alegre: Penso, 2014.
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